Nos dias 3 e 4 de fevereiro, o Rio de Janeiro recebeu a reunião do Grupo Operativo da Cúpula dos Povos, reunindo representantes de movimentos sociais, organizações indígenas e entidades internacionais da África, Ásia, América e Europa. O encontro teve como objetivo traçar estratégias coletivas de mobilização, fortalecendo a incidência global nas negociações climáticas e engajando povos indígenas, comunidades tradicionais e populações afetadas por eventos extremos.
Durante a reunião da Comissão Política da Cúpula dos Povos rumo à COP30, foi realizado um ato público na Cinelândia, no Rio de Janeiro, que reuniu organizações da sociedade civil nacional, internacional e local. O evento serviu como espaço para levantar denúncias sobre questões como saúde, habitação e os impactos da crise climática. “Esse momento, além de denúncia, foi também um momento em que a sociedade civil apontou diversas soluções possíveis e necessárias no enfrentamento à crise climática”, destacou Eduardo Soares, secretário da Mobilização dos Povos pela Terra e pelo Clima.
A Cúpula dos Povos, que acontecerá em Belém do Pará entre os dias 12 e 16 de novembro, será um espaço essencial para debater alternativas e fortalecer a resistência dos povos frente à crise climática. “Dentro das várias definições, ficou acertado que a Cúpula dos Povos acontece dentro do período da COP30, garantindo que as vozes dos povos indígenas, comunidades tradicionais e populações afetadas sejam ouvidas no debate climático global”, afirmou Eduardo Soares.
A Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM Brasil), por meio da Mobilização dos Povos pela Terra e pelo Clima, soma-se a essa construção, fortalecendo a articulação junto aos movimentos sociais na busca por justiça climática. Mais de 500 organizações assinam a Carta Política da Cúpula, incluindo o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a Articulação Nacional de Agroecologia (ANA-Amazônia), a Confederação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB), a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Via Campesina, a Confederação Sindical das Américas (TUCA-CSA), entre outras.
A Mobilização dos Povos pela Terra e pelo Clima participou desse processo com a presença de Eduardo Soares e Joana Menezes, articuladora do movimento, ao lado da Comissão Episcopal para a Ação Sócio-Transformadora, da Comissão Episcopal para a Ecologia Integral e Mineração, e de organizações como Jubileu Sul, CPT Nacional e Cáritas Brasileira.
A COP30, que acontece em novembro em Belém (PA), será um marco nas discussões climáticas, e a Cúpula dos Povos desempenhará um papel fundamental ao amplificar as vozes daqueles que mais sentem os impactos da crise climática. “As enchentes que devastam cidades, a seca que destrói rios e florestas, e as queimadas que tornam o ar irrespirável não são fenômenos isolados: são consequências de decisões políticas que priorizam o lucro sobre a vida”, ressaltou Eduardo Soares.
Nesta semana, a Cúpula dos Povos dá início a um calendário de lutas e à construção de uma estratégia unificada para pressionar por soluções reais para a crise climática e a defesa dos territórios.
Junte-se a essa mobilização! A luta pela justiça climática é urgente, e cada voz fortalece o chamado por um futuro mais justo e sustentável.


