As mudanças climáticas afetam a todos nós, e a COP30 será um momento crucial para levar nossas vozes e propostas aos tomadores de decisão. No entanto, sabemos que nem todos poderão estar presentes nesse encontro global. Por isso, a Mobilização dos Povos pela Terra e pelo Clima está percorrendo diversos territórios da Amazônia, promovendo um processo participativo de construção de uma Carta de Demandas.
Rodas de Conversa: um espaço de construção coletiva
Como parte desse processo, estamos realizando Rodas de Conversa em diferentes localidades, reunindo diversas vozes para refletir sobre os desafios ambientais e sociais. Nos dias 14 e 15 de março, aconteceu a primeira roda de conversa na Associação dos Trabalhadores de São Domingos, no município de Paulino Neves, Maranhão, onde a Mobilização dos Povos pela Terra e pelo Clima – Articulação REPAM-Brasil rumo a COP30 esteve presente, contribuindo para o debate e ouvindo as demandas da comunidade.
Mais de 100 pessoas foram reunidas em uma escuta ativa, fortalecendo a voz dos povos da Amazônia. “A oficina de hoje foi muito gratificante. Conseguimos reunir um público significativo, incluindo crianças da escola, lideranças comunitárias e parceiros importantes. Discutimos temas fundamentais como mudanças climáticas, energias renováveis e a COP30, fortalecendo nossa rede e nossa voz. Essa troca de experiências e conhecimentos é essencial para construirmos juntos um futuro mais sustentável”, destacou Eliane Gentil, Segunda Tesoureira da Associação dos Pequenos Produtores Rurais do Povoado São Domingos e Presidente do STTR de Paulino Neves.
As mudanças climáticas afetam a todos, mas suas consequências são desiguais sobre diferentes situações e territórios. A COP30 será um momento decisivo para levar essas realidades aos tomadores de decisão. Nem todos poderão estar presentes na conferência global, mas queremos garantir que cada voz seja ouvida.
Por isso, estamos coletando afirmações e sugestões para construir, de forma coletiva, uma Carta de Demandas que representam as diversas realidades dos territórios e populações afetadas pelas mudanças climáticas. Esse documento reunirá preocupações, reivindicações e propostas concretas para que os tomadores de decisão na COP30 compreendam a urgência de ações efetivas e justas.
“Estou aqui pela primeira vez no povoado Passagem do Lago, participando da primeira oficina. Foi um aprendizado importante sobre energia renovável e mudanças climáticas. Para mim, foi um fortalecimento de conhecimento que levarei para minha comunidade e compartilharei com mais amigos. É essencial estarmos reunidos para aprender mais.” – Alvino, vice-presidente do Conselho Fiscal da Associação dos Pequenos Produtores Rurais do povoado Marajá e Velha Rosa.


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Por meio do diálogo com comunidades, coletivos e lideranças, buscamos garantir que as preocupações e sugestões daqueles que vivem e sentem os impactos das mudanças climáticas sejam ouvidas. Essa carta coletiva será apresentada na COP30, levando diretamente aos tomadores de decisão as demandas e soluções vindas dos territórios.
“Queremos que essa carta seja um reflexo fiel das necessidades e aspirações das comunidades que enfrentam diariamente os impactos do desmatamento, da manipulação ambiental e das crises climáticas”, finaliza Arlete Gomes, coordenadora de projetos da Mobilização.
