No último sábado, dia 22 de março, a REPAM-Brasil, em parceria com a Associação das Mulheres Trabalhadoras Rurais de Santarém, promoveu uma roda de conversa essencial para debater as profundas transformações climáticas que impactam a região amazônica. O encontro ocorreu no Planalto de Santarém, a aproximadamente 80 quilômetros da cidade, reunindo mulheres trabalhadoras rurais que, com protagonismo e engajamento, redigiram uma carta de demandas para a COP30.
A iniciativa faz parte do Projeto Mobilização dos Povos pela Terra e pelo Clima, promovido pela REPAM-Brasil, que busca fortalecer o protagonismo das populações tradicionais e de territórios ameaçados pelas mudanças climáticas.
A dinâmica do evento permitiu uma troca rica de experiências e preocupações sobre os desafios enfrentados pelos territórios diante do avanço do desmatamento e da expansão do agronegócio. O desmatamento acelerado, a degradação dos solos e a redução drástica dos recursos hídricos foram alguns dos temas abordados, ressaltando os impactos diretos na agricultura familiar, na segurança alimentar e na qualidade de vida das comunidades locais.



Marilene Rocha, dirigente da Associação das Mulheres Trabalhadoras Rurais de Santarém, a parceria com a organização foi essencial para garantir a realização do encontro e ampliar a voz das comunidades:
“Dentro da nossa agenda, já tínhamos o planejamento estratégico de fazer alguns levantamentos, mas não tínhamos recursos para chegar até lá. Com o apoio da Mobilização da REPAM, conseguimos viabilizar a roda de conversa e mapear as principais bandeiras de luta que precisamos levar para a COP30. Foram discussões profundas sobre os impactos do agronegócio, o desmatamento e a substituição das matas por lavouras de soja, transformando a paisagem e reduzindo as sombras da floresta. Precisamos seguir mobilizados para frear essa destruição e garantir um futuro sustentável para as nossas comunidades, completa Marilene”
A mobilização territorial promovida por iniciativas como essa fortalece o diálogo entre populações tradicionais e decisores políticos, ampliando a incidência das vozes locais nos debates globais. A carta de demandas produzida será apresentada na COP30, trazendo reivindicações concretas para a proteção da Amazônia e dos modos de vida sustentáveis na região.
Com a força da articulação popular e do compromisso com a justiça socioambiental, seguimos em mobilização para garantir que as decisões tomadas em esferas globais reflitam as necessidades e direitos daqueles que vivem e protegem a floresta diariamente.