A Mobilização dos Povos pela Terra e pelo Clima, em parceria com a Rede de Mulheres das Marés e das Águas do Litoral do Pará e o Greenpeace, realizou uma importante agenda no território amazônico, envolvendo pescadores, pescadoras e marisqueiras das comunidades de Santo Antônio do Tauá, São Caetano de Odivelas, Colares e Vigia, no Pará. O objetivo da visita foi ouvir as comunidades e fortalecer a luta pela defesa dos territórios frente à exploração de petróleo, desmatamento e grandes empreendimentos que ameaçam o meio ambiente e a sobrevivência das populações locais.
Durante a escuta, moradores compartilharam seus saberes tradicionais, bem como os impactos negativos que as mudanças climáticas e os grandes projetos vêm causando. Adriano Soares Barbosa, morador da Vila Espírito Santo, destacou a importância do diálogo com os movimentos sociais:
“Essa mobilização e esse diálogo são fundamentais para discutirmos a criação de uma Resex Marinha, que assegure nossos territórios, nossos maretórios, e garanta a soberania alimentar e o futuro das próximas gerações.”
Entre as pautas, o fortalecimento das Reservas Extrativistas (Resex) foi amplamente debatido. Anailda, moradora local, ressaltou como essa medida pode proteger o território e assegurar o sustento da comunidade:
“A criação de uma reserva extrativista é essencial para preservar nosso meio ambiente e garantir o sustento das pessoas que dependem das várzeas e rios para sobreviver.”
Mulheres da região, como Denise Borralho, também destacaram os impactos sociais e ambientais das perfurações de poços de petróleo, manifestando sua rejeição a esses empreendimentos:
“Nós, como comunidade tradicional e como mulheres, não queremos perfurações em nosso território. Precisamos preservar nossa forma de vida e proteger nossas terras e águas.”
Joana Menezes, articuladora da Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM), reforçou a importância de ações como essa visita para fortalecer uma agenda estratégica rumo à COP30, que será realizada em Belém:
“Estar presente e dialogar diretamente com os territórios é essencial para construir uma agenda que reflita as reais necessidades das comunidades. Essa mobilização fortalece a luta por justiça climática e pela proteção da Amazônia.”
A Mobilização dos Povos pela Terra e pelo Clima segue com sua missão de amplificar as vozes das comunidades tradicionais e construir estratégias conjuntas para o enfrentamento das mudanças climáticas, reafirmando o compromisso com a defesa da biodiversidade e dos direitos dos povos da Amazônia.