No dia 29 de janeiro de 2025, o 11º Festival de Cultura Indígena do Eware encerrou suas atividades na aldeia de Belém do Solimões, reforçando uma importância crucial da preservação ambiental e da valorização das culturas indígenas. Sob o tema “Água e Mudanças Climáticas”, o evento não apenas promove reflexões profundas sobre os desafios enfrentados pelos povos indígenas frente à crise climática e à contaminação dos rios, como também ampliou o alcance da mobilização global.
Durante o festival, crianças, jovens e anciões compartilharam suas mensagens urgentes sobre a necessidade premente de proteger as águas e os peixes, ressaltando a conexão ancestral entre os povos indígenas e a natureza. “As mudanças climáticas afetam diretamente nosso modo de vida, enquanto a poluição dos rios ameaça nossa subsistência. Continuamos a lutar contra as práticas de garimpo ilegais, caça predatória e pesquisa não autorizada. A Terra Indígena clama por justiça”, enfatizou Arlete Gomes, coordenadora de projetos da Mobilização dos Povos pela Terra e pelo Clima da REPAM e articuladora da REPAM-Brasil.
Além do debate ambiental, o festival celebrou o protagonismo indígena através de projeções de técnicas tradicionais de caça, pesca e preservação de saberes ancestrais. Ferramentas como zarabatanas, arcos e flechas e arpões foram exibidas não apenas como símbolos culturais, mas como pilares essenciais da identidade indígena e de sua sustentabilidade.
A noite foi marcada por um ritual simbólico de acendimento do fogo de maneira tradicional, sem o uso de fósforos, sublinhando a importância vital da sabedoria transmitida de geração em geração.
A juventude indígena desempenhou um papel central na organização do evento, promovendo iniciativas de conscientização contra o alcoolismo e o uso de drogas. Organizações como ADACAIBS e as Mulheres da MAPANA foram fundamentais para o sucesso do festival, demonstrando liderança e compromisso com suas comunidades.
A REPAM-Brasil exerce um papel fundamental, liderando a Mobilização dos Povos pela Terra e pelo Clima como parte dos preparativos para a COP30, que será realizada em Belém-PA. Sua articulação é essencial para unir vozes diversas e engajadas na construção de uma transição sustentável e na defesa da Amazônia. O festival reforça a importância dessa mobilização, conectando as demandas dos povos indígenas ao debate global sobre justiça climática.
A comunidade expressa profunda gratidão aos Frades Menores Capuchinhos e à Paróquia São Francisco de Assis, assim como a todas as instituições parceiras, pelo apoio contínuo aos povos indígenas. O 11º FIE reafirmou o compromisso inabalável na luta pela preservação ambiental, pelo respeito às tradições e pela justiça para os povos da Terra Indígena.
A Mobilização dos Povos pela Terra e pelo Clima reafirmam seu compromisso com os povos da Amazônia e com a defesa do clima, fortalecendo a luta pela justiça socioambiental e promovendo um diálogo global que valorize as vozes das comunidades na construção de um futuro sustentável.