A Mobilização dos Povos pela Terra e pelo Clima segue fortalecendo a luta pelos direitos dos povos da Amazônia, entendendo que não há justiça climática sem justiça social. Em Belém, cidade que sediará a COP30, a mobilização se soma à resistência indígena contra a Lei 10.820/2024, que precariza a educação escolar indígena no Pará.
Eduardo Soares, secretário da Mobilização dos Povos pela Terra e pelo Clima, Joana Menezes, articuladora do movimento, e Dom José Ionilton Oliveira , bispo da Prelazia do Marajó e secretário da Rede Eclesial Pan-Amazônica, estiveram presentes na ocupação da Secretaria Estadual de Educação (SEDUC). No local, mais de
300 indígenas de 20 povos, junto aos educadores em greve, lutam pela revogação da Lei 10.820/2024
Dom Ionilton foi convocado como Pastorais Sociais e organizações da CNBB Norte 2 para um momento de escuta dos povos indígenas, quilombolas e educadores mobilizados contra a nova legislação, que ameaça desmontar o SOMEI e o SOME ao importar um modelo de ensino baseado no uso de ferramentas tecnológicas, sem considerar as realidades dos territórios.
A Articulação REPAM esteve presente ao lado da CNBB Norte 2, do Centro Alternativo de Cultura (CAC), da Cáritas Regional Norte II, da Comissão Pastoral da Terra (CPT), da Comissão Pastoral dos Pescadores e Pescadoras(CPP), da Conferência da Família Franciscana do Brasil (CFFB) e da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB). Essas organizações reforçaram seu compromisso com a luta dos povos originários e denunciaram os retrocessos que ameaçavam a autonomia dos territórios e o direito à educação diferenciada, fundamental para a preservação cultural e ambiental da Amazônia.
Foto: Juscélio
A COP30, que acontece em Belém, precisa ir além das discussões sobre financiamento climático e desastres ambientais. Uma verdadeira transição ecológica exige o reconhecimento dos povos indígenas como guardiões da floresta, garantindo seus direitos, sua permanência nos territórios e acesso à educação e dignidade. Falar da Amazônia sem incluir as amazônidas é esvaziar o debate.
A Mobilização dos Povos pela Terra e pelo Clima está presente antes, durante e depois da COP, garantindo que essa luta não seja invisibilizada. Ao lado das lideranças indígenas, seguimos denunciando retrocessos e construindo uma agenda de incidência que coloca os direitos dos povos da floresta no centro das decisões globais sobre o clima.
A resistência continua. A Amazônia resiste.