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As Pontificas Obras Missionárias (POM-Brasil), em Brasília, foi o cenário escolhido para a celebração de 10 anos de caminhada da Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM). Foi nesse mesmo espaço, que no dia 12 de setembro de 2014, a Rede foi fundada.

A celebração iniciou com uma grande ciranda ressaltando a importância da soma dos quintais, da comunhão da terra, e principalmente do cuidado da criação. Ao fazer memória da caminhada foi lembrado que a REPAM nasceu do desejo de “unir esforços para enfrentar questões cruciais como a defesa dos direitos humanos, a proteção dos territórios e a promoção de uma justiça socioambiental mais equitativa, integrando a voz dos povos indígenas, tradicionais e das populações locais às iniciativas e decisões que orientam seu presente e seu futuro”.

FOTO: Joelma Viana e Natália Mitie

Nas raízes da mangabeira, local onde foi proclamada a criação da REPAM foi feito o descerramento de uma placa comemorativa dos 10 anos de fundação. Nas palavras de Dom Evaristo, presidente da REPAM-Brasil, lembrando o número 72 da Laudato Deum que pergunta: “por que o ser o humano pretende tomar o lugar de Deus torna-se o pior perigo para si mesmo”? A partir deste questionamento, Dom Evaristo ressaltou que “uma economia da idolatria, do lucro, da concentração, do poder é que hoje está destruído suas florestas, os seus rios, os territórios dos povos tradicionais, o garimpo que deixa a destruição completa, tem pessoas que querem colocar-se no lugar do Deus da vida. E nesse cenário a REPAM quer ser a potencializadora de uma grande aliança pela vida na Amazônia, que congrega todos os que creem no Deus da vida, respeitam a criação, cuidam do que Deus criou”, finalizou.  Ele lembrou ainda de Dom Cláudio Hummes, que sonhou com essa Rede, Dom Erwin Kräutler que continua na defesa dos povos, florestas e rios da Amazônia, e o Papa Francisco que em todos os seus discursos ressalta a importância de cuidarmos da nossa Casa Comum.

FOTO: Joelma Viana e Natália Mitie

Dom Pedro Brito, vice-presidente da REPAM, ressaltou que “talvez não temos muito a comemorar nesse dia, quando olhamos para o céu, terra e ver que 60% do território brasileiro está inundado pelas fumaças, pela poeira, pela seca. Nós estamos vivendo uma verdadeira pandemia ecológica, e isso tem reflexo em todos os dados de nossa vida, na economia, na saúde. Eu estou muito feliz de estar aqui, mas meu coração está partido por tudo o que vem acontecendo no Brasil e em especial na Amazônia”, finalizou.

Segundo Dom Ricardo Hoepers, Secretário geral da CNBB, a “REPAM tem indicado o caminho do desenvolvimento de um pacto entre ser humano e ambiente como chave para um mundo melhor e mais solidário.”

Ele finalizou sua fala destacando  Papa Francisco, que reafirma que o compromisso para superar problemas como fome e insegurança alimentar, persistente desconforto social e econômico, degradação do ecossistema e cultura do desperdício, requer-se uma renovação da visão ética que saiba colocar no centro as pessoas, com o objetivo de não deixar ninguém à margem da vida. “Uma visão que una em vez de dividir, que inclua ao invés de excluir” (Papa Francisco, discurso 8 de junho de 2019).

FOTO: Joelma Viana e Natália Mitie

A celebração de 10 anos da REPAM é um reforço para se continuar trabalhando na defesa dos povos e no compromisso com a vida em Nossa Casa Comum,  a Pan-Amazônia.

 

Assessoria de Comunicação da REPAM

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