O presente estudo analisa a temática das redes eclesiais à luz da perícope de 1Pd 1,3-5, considerando-as como sinais de esperança para a Igreja da América Latina. A 1Pedro foi escrita para uma rede de comunidade da Ásia Menor (1Pd 1,1-2). Neste sentido pode alimentar e muito a fé das comunidades espalhadas pela Amazônia, especialmente em um trabalho de rede e de rede de redes. Ser rede é organizar-se e atuar de forma coletiva. As redes, assim como qualquer relação social, estão sempre impregnadas pelo poder e pelo conflito, bem como pelas possibilidades de solidariedade, reciprocidade e compartilhamento. O importante é saber como se dá o equilíbrio entre essas tendências antagônicas do social e como possibilitam ou não a autonomia dos sujeitos sociais, especialmente os mais excluídos e muitas vezes denominados “populações-alvo”. Internamente, é necessário superar a fragmentação e as disputas. O diálogo é uma necessidade para quem quer construir redes. Cada entidade que compõe uma rede deve aprender a conviver com as diferenças, mantendo-se permanentemente atenta para preservar sua identidade, valores e princípios. Uma entidade não deve se anular e nem se sobrepor às demais. Superar posturas hierárquicas, autoritárias e cultivar práticas circulares no exercício do poder é fundamental. A autoridade tem que ser vivida na perspectiva do serviço ao bem comum. Assim, este estudo apresenta o texto grego, sua tradução própria e interpretação; analisa desafios, direitos e valores comuns nas redes; e apresenta a construção de relações de apoio, solidariedade e unidade nas comunidades eclesiais.