O Comitê REPAM Manaus do Regional Norte I da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) realizou na terça-feira, 11 de outubro, um encontro para celebrar os três anos do Sínodo para a Amazônia.
Durante a celebração os participantes fizeram memória do processo de preparação e realização do Sínodo e do processo de enraizamento nas comunidades que, segundo a secretária do Regional Norte I da CNBB, Irmã Rose Bertoldo, está “reaviva a certeza de estar colocando em prática todos os encaminhamentos, tanto do Documento Final como da Querida Amazônia”.
Rose Bertoldo destacou que esses encaminhamentos vão se concretizando no Regional “a partir das ações que foram tiradas como prioridade e vão sendo realizadas nas igrejas particulares”.
Para o padre Paulo Tadeu Barausse, o Sínodo, que junto com a encíclica Laudato Si, ajudou a entender que “somos chamados a entrar em sintonia no Deus que está em tudo e em todos”. O jesuíta ressaltou que “Deus habita tudo. Deus está presente em tudo e em todos. Isto requer de nós seres humanos uma dimensão contemplativa”. E apelou por “uma Igreja com rosto amazônico, pobre e servidora, profética e samaritana”, uma Igreja onde experimentar “a força do Evangelho que atua nos pequenos”, que é convidada “a uma vida mais simples de partilha e gratuidade”.
Ao refletir sobre a realidade das áreas missionárias na Arquidiocese de Manaus, Patrícia Cabral, afirmou que “hoje se tornou um desafio, porque a gente fala de voltar às periferias, a gente fala de voltar às bases e a gente não está conseguindo isso, até porque a proposta que muitas vezes a gente leva, ela não está encantando, porque eles estão sendo encantados pelas outras propostas que estão sendo apresentadas”, deixando de lado tudo o que faz referência a questões sociais. Uma Igreja dividida que desafia a se questionar sobre como trabalhar, especialmente com os jovens, que “não querem se reunir mais dentro da Igreja”.
Gorete Oliveira destacou a importância da proximidade entre os movimentos sociais e o Papa Francisco, a importância das comunidades eclesiais de base, o declínio atual das Pastorais Sociais, da Pastoral Operária, que deve levar à Igreja a se questionar sobre sua inserção nas periferias. Propostas do Sínodo que devem ser refletidas, segundo a Ir. Fátima, Cônega de Santo Agostinho, que falou sobre a separação presente dentro da própria Igreja, que desafia a estar se misturando, especialmente nas periferias, buscando fazer realidade “o tempo novo que a gente quer”.
Mercy Soares falou sobre as referências do Documento de Santarém 2022 à Querida Amazônia, refletindo sobre a vacância muito grande na Igreja católica em termos de formação, que ajude a “chegar às bases e levar essa formação”, repensando a estrutura logística dos cursos. Junto com isso, ela refletiu sobre a dificuldade para trabalhar em rede, questionando “como é que a gente pode atuar para que transforme isso aí numa rede, para se tornar uma ação em rede”, buscando ajudar as comunidades a se formar em sinodalidade.
*Com informações de Luis Miguel Modino