Por Aritana Aguiar | Arquidiocese de Santarém
Nos dias 13 e 14 de janeiro, a Arquidiocese de Santarém realizou o encontro formativo sobre a Campanha da Fraternidade 2024. O evento ocorreu no Centro de Formação Emaús, com a presença de 110 participantes, entre padres, religiosos e religiosas, e lideranças leigas da Arquidiocese e da Diocese de Óbidos, e assessorado pela irmã Maria Rejiane da Mata Dias (FC) e por Eduardo da Amazônia, ambos da Equipe de Campanhas do Regional Norte 2 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
A Campanha deste ano aborda o tema “Fraternidade e Amizade Social”, inspirada na Carta Encíclica do Papa Francisco “Fratelli Tutti”, e o lema a iluminação bíblica “Vós sois todos irmãos e irmãs” (Mt 23, 8).
O Arcebispo de Santarém e Presidente do Regional Norte 2 da CNBB, Dom Irineu Roman, manifestou sua alegria pela grande quantidade de participantes no encontro, que serão multiplicadores em suas comunidades, áreas pastorais e paróquias. O metropolita também ressaltou a necessidade desta temática nos tempos atuais. “Este é um ano eleitoral, também vivemos um tempo bastante difícil, no contexto das relações humanas, das amizades. A gente vê na sociedade, ainda, muitas situações de violências. No campo da política, por exemplo, não é diferente, a gente viu nos últimos anos muito acirramento entre os partidos, e não é por aí que devemos caminhar, se queremos construir um Brasil melhor, uma sociedade melhor, mais justa, mais fraterna. Nós temos que trabalhar como irmãos e irmãs, dialogando, escutando, atuando juntos em comunhão para construirmos essa fraternidade, essa amizade social com todas as pessoas, sem excluir ninguém”.
Dom Irineu salienta a positividade que esta formação levará às comunidades. “Isso vai trazer muitos benefícios para as nossas comunidades, pois iremos levar isso na prática. Vamos fazer com que as nossas comunidades vivam isso, essa amizade, esse diálogo, essa escuta, esse entendimento, essas boas relações para que surtam um efeito positivo dentro da Igreja, mas também fora dela, porque isso envolve as relações, familiares, as relações sociais, comunitárias, políticas, em todos os campos e dimensões de nossa sociedade”.
Os assessores conduziram o encontro seguindo o método VER, ILUMINAR e AGIR, a partir do documento Texto-base da Campanha. A irmã Maria Rejiane explica sobre a metodologia. “Primeiro a gente precisa VER a realidade, e esse ano ver realidade numa pergunta de Deus: ‘Onde está o teu irmão?’, para que a gente não cometa a aversão ao irmão, de tirar o irmão do coração pela indiferença, mas construa uma campanha social que gere a fraternidade entre nós, na cultura do diálogo, da paz, do respeito, do acolhimento. O ILUMINAR, é o texto bíblico da Palavra de Deus. Vários textos que falam sobre o acolhimento, o resgate da pessoa, o perdão e a reconciliação que é tão importante para a nossa sociedade. Vencer as guerras com a cultura da paz. Não ao isolamento, sim à cultura da proximidade. Não ao confronto, sim à cultura do encontro. E, por fim, o agir que é o nosso compromisso. Na Quaresma, nós precisamos nos converter: pessoal, comunitariamente, dentro da Igreja e, também, de forma social. A conversão perpassa: ‘Eu preciso ser uma pessoa de paz. E isso ilumina o meu ambiente’”. E acrescentou: “Que esta campanha da fraternidade nos ajude a ser sinais, pontes de fraternidade entre nós.”
No AGIR, os assessores sugeriram pistas de ação e, depois, esse momento foi continuado pelo coordenador da CF 2024 na Arquidiocese, Luciano Freitas. Os participantes foram distribuídos em grupos, onde puderam discutir sugestões de iniciativas, que depois foram partilhadas em plenária. Verificou-se as possíveis ações a serem executadas nas Paróquias, Áreas Pastorais e em nível arquidiocesano.
Eduardo da Amazônia reforçou na formação a importância de a CF ocorrer no período da Quaresma. “A Campanha da Fraternidade é uma proposta de conversão. A Quaresma é esse momento forte da Igreja que nos chama à conversão, à mudança de vida. Os temas da Campanha da Fraternidade tornam ainda mais concreta essa conversão. Não só nos campos das ideias, mas nas ações concretas que alarguem, inclusive, as mudanças que se fazem necessárias, não só para a Igreja, mas para a sociedade. Então, ela possibilita que a gente dialogue com outras igrejas, com pessoas de outras religiões, para que haja uma conversão, primeiramente em nós católicos e católicas, mas também que essa conversão seja coletiva para o bem comum de todos e todas.”
Do município de Terra Santa, que faz parte da Diocese de Óbidos, esteve participando a jovem Taissa Guerreiro. Ela avaliou o encontro como um momento oportuno para troca de experiências, e ressaltou que esta vivência em Emaús também foi muito importante para a sua formação pessoal. “Essa troca de experiência é muito enriquecedora, não só para a nossa formação acadêmica, mas para a nossa formação enquanto seres humanos. O tema da campanha da fraternidade deste ano traz muito essa proximidade das relações, e trabalhar isso em nossas comunidades, paróquias, que são realidades muito diferentes dentro da nossa Amazônia, apesar de fazermos parte da mesma localização geográfica, mas têm suas peculiaridades. Então, escutar o outro, ver esse relato de experiência de cada um e saber trabalhar essa mediação de conflitos é muito importante. Não temos que ser só multiplicadores, mas contribuir, porque a gente vem para cá e depois vamos para as nossas paróquias [ser multiplicadores], mas temos que contribuir com as nossas experiências, não ser só multiplicar.”
Missa de Abertura
Na Arquidiocese de Santarém, a Missa oficial de Abertura da Campanha da Fraternidade será no dia 16 de fevereiro, na Igreja São Sebastião, bairro Prainha, na cidade de Santarém, às 19h30. Depois, acontece a abertura nas comunidades, paróquias e áreas pastorais.
Via-sacra
Ainda como parte da CF 2024, no dia 22 de março terá a Via-sacra da cidade de Santarém. A concentração será a partir das 17h30 na Avenida Anísio Chaves, no perímetro em frente à Câmara de Vereadores, com destino à Praça de Eventos.
Fotos: Arquidiocese de Santarém