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Lideranças indígenas, extrativistas e pesquisadores discutem impactos ambientais e estratégias de resistência

Entre os dias 20 e 23 de junho, o Cenóbio da Transfiguração, em Castanhal-PA, foi palco do Encontro das Águas. O evento reuniu diversas lideranças extrativistas, ribeirinhas, indígenas, pesquisadores e agentes de pastoral, proporcionando um espaço de diálogo e troca de experiências entre os povos da Amazônia envolvidos pela Bacia da Foz do Amazonas. O objetivo foi fomentar uma espiritualidade inculturada que respeite e valorize as culturas e cosmovisões dos povos originários e tradicionais, além de articular redes de defesa dos rios e da vida digna para essas comunidades.

Durante a programação, foram discutidas as problemáticas relacionadas à extração de petróleo e seus impactos nos maretórios brasileiros, especialmente no litoral do Pará e Amapá. A reflexão destacou o choque entre os modelos predatório e socioambiental para a Amazônia. As cosmovisões amazônicas dos povos originários e tradicionais também foram abordadas, com os participantes expondo desafios nas áreas de educação, saúde, trabalho e renda, entre outros. 

Eduardo Soares, da Mobilização dos Povos pela Terra e Pelo Clima, que é responsável em criar uma articulação rumo à COP 30, enfatizou a necessidade de fortalecer a pauta hídrica dentro das discussões religiosas e sociais para uma maior incidência local e global. “Os desafios dos povos das águas são desafios para todos nós, pois os impactos que seus territórios sofrem refletem em nossa relação com o ecossistema e suas respostas também nos afetam”, ressaltou. 

O momento de debate e formação contribuiu para o mapeamento de conflitos existentes e a identificação de iniciativas de resistência e defesa dos rios e territórios. Foram discutidas estratégias de organização por meio de um fórum das águas, visando uma melhor articulação da resposta comunitária, especialmente para aqueles que habitam e atuam nessas bacias. 

O Encontro das Águas reforçou a importância da união entre os povos da Amazônia na luta por um modelo de desenvolvimento que respeite e proteja o meio ambiente e os direitos das comunidades tradicionais. 

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