A Mobilização dos Povos pela Terra e pelo Clima, articulação da REPAM rumo à COP 30 em Belém, apoiou no último sábado, 14, a realização de uma formação virtual sobre a COP 30, em parceria com o Movimento Popular de Mulheres, que reúne mulheres do Pará, Maranhão e Tocantins. Ao todo, 75 pessoas dessas e de outras regiões do país participaram do encontro, que discutiu temas como: O que é a COP? Como ela é organizada? Como participar? E como as populações em seus territórios e os movimentos sociais de base podem se envolver e se mobilizar para a Conferência Climática que acontecerá em Belém no próximo ano.
A formação contou ainda com os parceiros da FASE e Comitê COP 30, ambos compondo a Cúpula dos Povos, e o Movimento Popular de Mulheres. “Foi um momento muito importante e significativo para a agenda de debates sobre a importância e a necessidade da COP 30 no Brasil, esse evento que chega trazendo debates importantíssimos e que precisa do engajamento da sociedade, principalmente nas agendas que dizem respeito à mobilização dos atores necessários para a sensibilização da criação das novas NDCs no brasil e de todos os documentos que serão negociados ao longo do evento. Então esse encontro foi de muita importância principalmente porque nós conseguimos esse debate de forma ampliada e descentralizada”, afirma Marcos Wesley, representante do Comitê COP 30.
COP significa Conferência das Partes. Partes, nesta sigla, se refere aos países que fazem parte da Convenção-Quadro das Nações Unidas para as Mudanças Climáticas, tratado internacional que costuma ser referenciado pela sua sigla em inglês: UNFCCC (United Nations Framework Convention on Climate Change). A Convenção-Quadro foi aberta para assinaturas em 1992, durante a Conferência Rio-92, mas entrou em vigor apenas em 1994. Por isso, desde 1995, as Partes se reunem anualmente para avançar na implementação das medidas e compromissos definidos no tratado internacional.
Mais do que uma reunião entre partes de um tratado internacional de mudanças climáticas, a COP é hoje o principal fórum de debates sobre meio ambiente em escala global. A conferência reune representantes de mais de 196 países para tratar de questões ambientais de modo geral e das mudanças climáticas em específico.
“Quem padece com a crise, com os efeitos dessa crise? Temos reflexos econômicos, sociais, culturais e políticos. as desigualdades sociais, de raça, etnia, de gênero e classe se reproduzem na área ambiental. Esses efeitos são sentidos na população mais pobre, na população negra, nos quilombos, nos territórios indígenas, nas periferias das cidades. Entramos num nível de injustiça ambiental muito grande quando falamos de crise climática”, ressalta Sara Pereira, representante da FASE.
Joana Menezes, articuladora da Mobilização dos Povos pela Terra e pelo Clima ainda destacou a importância de estabelecer esse processo de articulação dos povos, movimentos, redes, fóruns, antes, durante e depois da COP 30, fortalecendo as lutas, nos territórios, com extrativistas, ribeirinhos, quilombolas, quebradeiras de coco e povos indígenas. “A gente precisa valorizar e potencializar essas diversidades de luta e de experiencias que os povos compartilham conosco, buscando aglutinar essas forças em diversos espaços”, conclui.