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Em minhas veias correm memória e sentimentos. Há dez anos, pisei o chão sagrado da Amazônia, na primeira Missão Jovem. Talvez eu não tenha deixado rastros, mas ela deixou rastros em mim. Indeléveis.

A Amazônia não é apenas um lugar; é um encontro. Um encontro com a força da vida, com os povos que guardam a sabedoria das raízes, com as águas que ditam o ritmo do tempo.

Dez anos depois, carrego comigo o aprendizado de que a missão é um convite constante a ser mais humano, mais atento, mais irmão. A Amazônia me chamou ao essencial, ao profundo, ao compromisso com a vida que pulsa em cada folha, em cada rio, em cada pessoa. É uma promessa de esperança.

Fecho os olhos e sinto o balanço do rio. Talvez em minhas veias de memória e sentimento também corram as águas da Amazônia. As mesmas águas que correm nos amigos que fiz e nas páginas que escrevemos juntos. Afinal, quem pisa na Amazônia jamais volta o mesmo. Ela nos transforma, nos inquieta e nos envia de volta ao mundo com um coração mais pleno, mais comprometido com o cuidado da casa comum.

A missão começou lá, mas continua aqui, em cada escolha, em cada gesto. E, enquanto a Amazônia viver em mim, viverá também meu desejo de defendê-la e amá-la, como ela me ensinou a amar.

Marcus Tullius é publicitário e integrou o grupo missionário na Diocese de Parintins-AM.

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