2019 foi declarado pela Organização das Nações Unidas, a ONU, como o Ano Internacional das Línguas Indígenas. Por sua importância na vida e na manutenção da riqueza cultural ligada aos povos originários, os idiomas indígenas devem receber maior atenção para que seja garantida a sua proteção e, consequentemente, a da identidade dos povos.

A ONU contabiliza mais de cinco mil grupos distintos em cerca de 90 países e que falam a maioria das sete mil línguas do mundo, em números aproximados. De acordo com o padre Dário Bossi, assessor da Rede Eclesial Pan-Amazônica/REPAM-Brasil, na Amazônia são 3 milhões de indígenas, divididos em 390 povos e 240 idiomas “vivos”.

“Uma língua é cultura, é visão do mundo, é um canal para se encontrar com Deus. É um tesouro de conhecimentos tradicionais e a expressão de uma profunda integração com o meio ambiente, com a natureza, especialmente nas culturas indígenas”, reflete padre Dário, lembrando que os povos indígenas e suas culturas são profundamente ameaçados.

O assessor da REPAM ainda recorda o envolvimento do papa Francisco com os indígenas nos últimos três anos, quando o pontífice se encontrou com representantes destes povos originários no México, no Peru e no Chile. Em uma destas ocasiões, aprovou a tradução da Bíblia feita em três idiomas dos índios de Chiapas, no México.

Padre Dário Bossi considera que esta valorização e o intercâmbio cultural com os indígenas são desafios colocados para a Igreja neste contexto do Sínodo Especial para a Amazônia, que ocorre em Roma, no próximo mês de outubro.

“A língua é um desafio à inculturação. A Igreja precisa entrar em ponta de pé, com muito respeito nas culturas indígenas e intercambiar com elas percepções e visões sobre o encontro com Deus. Este será um dos desafios do Sínodo Especial para a Amazônia”, afirma Bossi.

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