*Este artigo foi publicado originalmente no The Telegraph, em julho de 2021. Leia na íntegra aqui.

Como bispos brasileiros da Amazônia, estamos indignados com as propostas do marco temporal e do Projeto de Lei PL490 que ameaçam toda a vida na Amazônia brasileira. Se as mudanças legais propostas forem aprovadas, as terras indígenas serão abertas à mineração, ao agronegócio, à pecuária e à construção de barragens, pondo efetivamente fim aos direitos dos povos indígenas concedidos pela Constituição Brasileira.

O Projeto de Lei é uma enorme ameaça aos seus territórios, florestas, rios e modos de vida. Se este Projeto de Lei for aprovado, nem as comunidades indígenas nem a floresta amazônica existirão dentro da próxima década.

Quase 40 empresas de alimentos britânicas já ameaçaram parar de adquirir produtos do Brasil por causa das reformas propostas, e sabemos há planos para uma exigência de due diligence para os produtos que contribuem com o desmatamento no Projeto de Lei Ambiental do Reino Unido. No entanto, em nosso conhecimento, a lei só exige que as empresas cumpram as leis locais quando compram commodities de risco florestal, ameaçando assim endossar reformas legais prejudiciais, como as que estão sendo propostas no Brasil.

A COP26 neste ano é uma oportunidade para o Reino Unido mostrar sua liderança na defesa dos direitos indígenas e apoiar aqueles que lutam contra o desmatamento e as mudanças climáticas.

Agora é o momento de agir para proteger os povos indígenas e nossa casa comum, antes que seja tarde demais.

Fonte: Dom Erwin Kräutler, presidente da Rede Eclesial Pan-Amazônica REPAM-Brasil. 

 

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