Em seu discurso na 76ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), em Nova York, o presidente Jair Bolsonaro desapontou o Brasil e os chefes de mais de 100 nações ao relatar fatos e dados que não correspondem à realidade de nosso país.
A REPAM-Brasil analisou três declarações dadas por Bolsonaro sobre o meio ambiente e a Amazônia. Confira:
“Na Amazônia, tivemos uma redução de 32% no desmatamento no mês de agosto, quando comparado a agosto do ano anterior.”
A comparação de um mês deste ano com o mesmo mês do ano anterior não oferece a dimensão real do desmatamento. Segundo dados do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), houve aumento de 7% no período. O desmatamento no mês de agosto é o maior para o mês nos últimos 10 anos. Além disso, o desmatamento aumentou por dois anos consecutivos durante o governo Bolsonaro (2019 e 2020).
“Os recursos humanos e financeiros destinados ao fortalecimento dos órgãos ambientais foram dobrados, com vistas a zerar o desmatamento ilegal.”
O orçamento destinado ao meio ambiente em 2021 foi menor que o autorizado e executado em 2020, que já havia sido menor que o de 2019. Em abril, o governo Bolsonaro aprovou corte de 24% no orçamento do meio ambiente para 2021 em relação ao ano anterior. A verba disponível para o setor é a menor desde 2017.
“Nossa moderna e sustentável agricultura de baixo carbono alimenta mais de 1 bilhão de pessoas no mundo”
O agronegócio visa quase exclusivamente a exportação de grãos e de carnes. Não alimenta os brasileiros. Hoje mais de 19 milhões de pessoas passam fome no Brasil, mesmo estando o país entre os líderes mundiais na produção de alimentos.
A sustentabilidade da agricultura também é bastante duvidosa haja vista o uso indiscriminado de agrotóxicos, causando sérios danos ao meio ambiente poluindo o solo, a água e o ar. Dados da Embrapa mostram que mais de 20% do território brasileiro são usados para a agropecuário extensiva, uma das principais causas do desmatamento, principalmente na Amazônia.
Comunicação REPAM-Brasil