Além de acelerar o processo de inculturação, sonhamos com uma Igreja completamente Ticuna.
Frei Paolo, responsável pelo projeto Canoas para o Reino.
Para superar a dificuldade dos anos anteriores (canoas emprestadas para as missões mensais), foram compradas quatro canoas fabricadas pelos próprios indígenas envolvidos no projeto, com motores peque-peque, para as equipes de missionárias/os indígenas em Vendaval, Bananal, Palmares e Belém.
Todo mês, na terça, quarta e quinta-feira da 3ª semana, cinco freis e um diácono assumem a formação das equipes missionárias indígenas (compostas por ministros da palavra, catequistas, agentes do dízimo, jovens e vocacionadas/os) nas comunidades de Vendaval, Palmares (ou Bananal) e Belém do Solimões, Diocese do Alto Solimões. Estas equipes, logo em seguida, no mesmo final de semana, com as canoas e motores novos, visitam as comunidades do núcleo pastoral a elas confiado, praticando e repassando o que aprenderam sobre a Palavra de Deus, a catequese, o dízimo e a organização comunitária, para fortalecer e acompanhar a liderança de cada comunidade.
Confira o depoimentos dos participantes do projeto:
O objetivo desta iniciativa é continuar a fortalecer o projeto “Formação Missionária e Pastoral Indígena Ordinária”, em andamento desde junho de 2019 junto a REPAM-Brasil. Portanto, continuar os processos de formação das comunidades eclesiais indígenas, que celebram a fé e a vida com seu jeito indígena, seu rosto amazônico, seu protagonismo leigo, e os processos de formação de missionárias/os que acompanham cada núcleo da paróquia, além da formação da celebração dominical, catequese e dízimo para um sustento ordinário da pastoral, discernimento e acompanhamento das vocações dos jovens missionários/as.
Mais de 100 missionárias/os indígenas estão em processo de formação continuada e 43 comunidades indígenas católicas nos diversos núcleos da Paróquia São Francisco de Assis, em Belém do Solimões, são formados por 72 comunidades.
Na paróquia existem doze núcleos pastorais e nove destes núcleos falam a língua Ticuna, enquanto os outros três núcleos falam português (das etnias Cocama, Canamari, Cambeba, e uma ribeirinha), pois estão em processo lento de resgate da língua materna. Nas comunidades Ticuna, a pastoral e a formação ordinária são na língua Ticuna, enquanto nas outras comunidades são em língua portuguesa.