Com cantos alusivos à presença da Igreja na Amazônia, deu-se início ao segundo e último dia da II Assembleia Plenária da Conferência Eclesial da Amazônia (CEAMA). Somos todos discípulos cessantes! Foi o coro de uma canção que os participantes da Assembleia cantaram para animar o sonho sinodal da Igreja neste território.
Qual é o seu sonho para a Igreja da Amazônia?
Quando questionados sobre o sonho da Igreja da Amazônia, os membros da assembléia responderam: “ Sonho com uma Igreja mais presente no território, mais encarnada e coerente no cuidado da casa comum em cada momento e espaço que servimos . ” “ Sonho com uma Igreja que luta diariamente pela justiça, para se renovar para estar mais perto de quem mais precisa ”; “ Sonho com uma Igreja aberta, em movimento, diversa, intercultural, em escuta contínua, generosa e sincera ”; “ Sonho com uma Igreja que caminhe com a boa vida dos povos indígenas, cuidando dos povos e da ecologia integral” ; “Uma Igreja comprometida com a construção de uma economia justa, solidária, circular e orientada para o bem comum ” ; “ Sonho com uma Igreja que inclua a diversidade de rostos e cores, que possa acolher solteiros a mães solteiras e evangelizar os não batizados ”.
O cardeal Pedro Barreto, presidente da Rede Eclesial da Panamazônia expressou “ sonho que seja uma realidade que a Igreja seja uma aliada e que os povos indígenas sejam a voz e o sentimento de vida no cuidado de nosso meio natural ”.
Os núcleos temáticos do CEAMA
No próximo bloco temático do dia, um documentário gráfico apresentou uma síntese por meio de imagens sobre o desenvolvimento do dia anterior. Posteriormente, os núcleos temáticos emergentes do documento final do Sínodo e da Exortação Apostólica “ Querida Amazônia ” de 2019, foram socializados pelas comissões de promoção que os dinamizam a fim de divulgar seus avanços, conquistas e desafios.
Os núcleos temáticos específicos do CEAMA correspondem a Educação, Cultura e Novos Ministérios e outros são desenvolvidos em conjunto com REPAM, CLAR, CELAM e CARITAS. A seguir estão os núcleos temáticos que o CEAMA promove, articula e acompanha:
Educação: Educação Intercultural, Universidade Católica do Amazonas e REIBA – Rede Amazônica de Educação Intercultural Bilíngüe.
Cultura: Inculturalidade e inculturação referem-se a questões como a saúde intercultural para povos e comunidades indígenas da Amazônia. Processos como a inculturação da fé que inclui a pastoral inculturada e o diálogo intercultural. Além de um rito próprio com uma liturgia inculturada.
Novos Ministérios para o cuidado da casa comum: Com a presença das mulheres, vários serviços e carismas; contemplando a criação do Ministério do Cuidado da Casa Comum apoiado por uma comunidade celebrante, assídua aos sacramentos e centralidade da Eucaristia.
Formação: Buscar novos caminhos na formação dos ministérios eclesiais: leigos, diáconos permanentes, sacerdotes e seminaristas.
Para a construção de um plano pastoral conjunto a serviço da Amazônia
O último segmento do dia foi dedicado ao esboço da proposta de metodologia para a definição de um Plano de Pastoral de Conjunto, que destaca quatro cenários de escuta como relevantes: 1. Ouvir os núcleos temáticos, 2. Consulta e acompanhamento permanente ao órgãos que compõem a estrutura organizacional da CEAMA. 3. Identificação de horizontes, sonhos e ações futuras dos povos e territórios da Amazônia. 4. Contribuição e alimentação do processo a partir de outras perspectivas, como organizações indígenas, academia, redes internacionais, outras igrejas.
As fases são levantadas de forma processual e cíclica representadas nos símbolos de semeadura: Fase 1. Coleta de sementes (Ver e Ouvir) que consiste em recolher as experiências, as lições aprendidas e os processos de planejamento pastoral da Igreja com uma visão sinodal. FASE 2: Semear (Discernir) corresponde a sistematizar as informações coletadas nos cenários de escuta e socializar seus resultados. FASE 3: Germinação (Definir, desenhar e adequar) referiu-se à definição das linhas de trabalho, linhas de ação e objetivos do Plano Pastoral. FASE 4. Crescimento e desenvolvimento (executar, articular e acompanhar) o que implica a implementação, acompanhamento e consolidação do Plano Pastoral Conjunto de uma Igreja de face amazônica.
Essas fases serão acompanhadas de estratégias pedagógicas e de comunicação, bem como de produção de conhecimento e acompanhamento do processo, que serão transversais para estimular a metodologia de delineamento de um Plano Pastoral para a Igreja Amazônica como um todo.
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Reflexões finais e desafios da Assembleia Plenária
Ao final do dia que teve como objetivo principal socializar os avanços no desenvolvimento do Plano de Ação, os núcleos temáticos e a metodologia do Plano Pastoral da Igreja na Amazônia, os participantes expressaram os desafios que se colocam após a Assembleia:
- Comunicar e socializar os conteúdos e propostas da Assembleia aos povos e territórios da Amazônia.
- Especificar e operacionalizar os planos de ação e pastoral nas conferências e jurisdições eclesiásticas.
- Envolva ainda organizações leigas, organizações de base e outras igrejas que compartilham o espírito deste processo sinodal.
- Continuar a articulação entre as diferentes redes eclesiais e não eclesiais, para não duplicar esforços.
- Concretizar estes projectos e propostas nas fundações, abertas a aprender com a sabedoria dos povos, descobrindo e encontrando nos vários grupos a Boa Nova que Deus continua a revelar.
Os membros da assembleia despediram-se com um ritual de oração satisfeito com o trabalho partilhado nestes dois dias e em que estão a ser lançados os pilares para a concretização dos sonhos desta “ Querida Amazona ”.
Comunicação REPAM-Brasil com informações da Aura Patricia Orozco/CEAMA