O Comitê Dorothy, a Diocese de Xingu – Altamira, a Comissão Pastoral da Terra e outras organizações religiosas, políticas e sociais, além de coletivos, movimento estudantil e instituição acadêmicas realizaram a Jornada Internacional Dorothy Stang, em Altamira (PA). O ato inter-religioso virtual marcou o dia da morte da missionária, 12 de fevereiro, assassinada em 2005. Ao final, as 122 entidades assinaram um “Manifesto pela Vida e pela Amazônia”. 

A Jornada aconteceu entre os dias 7 e 13 de fevereiro, nas redes sociais do Comitê Dorothy. Com lives culturais e debates, a programação teve um ato público, no dia 12, em frente à catedral, na orla de Altamira. Os organizadores consideram a data um marco para a manifestação em defesa da vida dos povos da Amazônia e contra a violência gerada pela exploração econômica. 

“Por isso, os povos do Xingu, populações negras, indígenas, ribeirinhos, extrativistas, pescadores/as, povos das águas, da Transamazônica, vicinais, pequenos agricultores, junto com as organizações sociais, femininas, ambientais, culturais, religiosas e defensoras dos direitos humanos e dos direitos da natureza, queremos na Semana Memorial de Irmã DOROTHY STANG fortalecer a defesa da Vida para salvaguardar nossa casa comum, nossa Amazônia”, dizem as entidades na introdução ao manifesto. 

“Dorothy Stang está presente sempre através de nosso compromisso com a defesa da vida dos povos, de seus territórios e da sua territorialidade. Assim, este é sempre um dia de luta, de ecoar os clamores dos povos e da terra ameaçada pela ganância dos grupos econômicos que promovem uma colonização predatória, etnocida e genocida, que explora e destrói a floresta e seus povos”, destaca outro trecho introdutório. 

O documento lista situações repudiadas pelos grupos como o avanço da mineração através de garimpos ilegais e empresas transnacionais, o envenenamento da terra pelos agrotóxicos, a contribuição dos órgãos federais para que não se faça a reforma agrária, a violência contra mulheres e crianças e a derrubada de milhões de hectares de floresta que fazem de Altamira e São Félix do Xingu campeãs de emissão de gases do efeito estufa. 

“É nessa realidade tão gritante que se faz urgente restabelecer a harmonia entre os seres humanos e a natureza, entre os indivíduos e suas famílias, entre a sociedade e o Estado”, destacam as entidades que também listam ações que podem ser adotadas para salvaguardar a Amazônia como o fim do desmatamento, a garantia dos planos de vida e cultura dos povos indígenas e dos demais habitantes e a proibição do uso de transgênicos, por exemplo. 

As entidades afirmam reforçar o compromisso com a defesa da Amazônia, da justiça climática e ambiental, da sustentabilidade, da vida das mulheres e contra as queimadas. Confira o documento na íntegra AQUI. 

Irmã Dorothy Stang 

Irmã Dorothy foi assassinada com seis tiros, aos 73 anos, no dia 12 de fevereiro de 2005. Ela sofreu uma emboscada na estrada que leva ao lote 55 do PDS Esperança, onde se encontraria com técnicos do Instituto Nacional de Reforma Agrária (Incra) para discutir detalhes do projeto. 

De acordo com a Justiça, o crime foi encomendando pelos fazendeiros Vitalmiro Bastos de Moura e Regivaldo Pereira Galvão, condenados a 30 anos de detenção. O intermediário do assassinato, Amair Feijoli da Cunha, o Tato, foi condenado a 18 anos de prisão; o autor do disparo, Rayfran das neves Sales, a 27 anos e seu parceiro, Clodoaldo Carlos Batista, teve a pena de 17 anos e cumpre o semi- aberto.

Comunicação Norte II 

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