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“Nos últimos dias, a qualidade do ar está em níveis alarmante prejudicando a população”

Por Daniela Pantoja

Foi realizada na última quinta-feira (28) em Santarém, no oeste do Pará, uma audiência pública em caráter de urgência para debater sobre o aumento das queimadas e fumaça no município.
Nos últimos dias, a qualidade do ar está em níveis alarmante por conta das fumaças, fruto das queimadas na região.
A audiência mobilizada por meio de inúmeras provocações da sociedade civil, foi convocada pelo Vereador Elieton Lira e teve o objetivo apresentar reivindicações da população, bem como as ações que estão sendo executadas pelos órgãos de fiscalizações, e a partir de então elaborar estratégias de mitigação para diminuir os impactos ambientais e de saúde, como pontua o vereador Elielton Lira.

Essa audiência pública ela foi provocada através de inúmeras provocações de associações da sociedade civil organizada de instituições, e o Poder Legislativo ele tem esse esse papel fundamental nas discussões. Nós somos um poder de fiscalização e uma casa que cria leis. E o objetivo de tudo isso é que a gente possa identificar e também elaborar estratégias a partir de agora. Santarém, assim como toda nossa região, dias atrás a pouco mais de dois anos tínhamos a realidade de hoje“.

Câmara Municipal de Santarém/ foto: Daniela Pantoja

Câmara Municipal de Santarém/ foto: Daniela Pantoja

Manoel Pires, representante da Associação de moradores do bairro Maracanã I destaca que a realização dessa audiência é de primordial importância e que já deveria ter sido convocada justamente por conta dos índices de queimadas na região.

É um debate mais do que importante, mas eu acho que não podemos de deixar de fazer, mais do que um debate a gente tomar iniciativas, posição e buscar soluções imediatas pra que a gente possa solucionar devido o problema que já tão vivendo na cidade… o problema de saúde pública e isso não atinge só a mim, mas atinge a todos e não só Santarém, imagino eu que toda essa região“.

Os representantes da sociedade civil e movimentos também aproveitaram a oportunidade para convocar a população para Marcha do clima que será realizada nesta segunda-feira (02), como reforça Manoel Pires.

“Toda sociedade de Santarém, dos bairros, principalmente, que já estão inalando a fumaça, estão sendo prejudicados, que venha pra Marcha e que participe conosco da marcha, das audiência, de todos os caminhos que nós estamos buscando pra trazer a solução que que compromete a nossa vida. Então acho que agora é a gente tá junto, não dá mais pra ficar em casa, não adianta apenas ficar na rede social, é sair mesmo e vamos pra luta“.

Outro participante que usou a tribuna para falar sobre as problemáticas ocasionada pela fumaça foi José Martins, da Brigada Voluntária da Comunidade de Anã, localizada Reserva Extrativista (Resex-Tapajós Arapiuns) ele pontou sobre as ações executadas pelas brigadas voluntárias, que na maioria das vezes não é reconhecida.

Eu tô em uma brigada voluntária na comunidade de Anã, parceria com ICMBio que foi formado por eles, dando suporte a essas queimadas que tá acontecendo na Resex. Essa fumaça que tá acontecendo aí, num vem de lá, vem de outras localidades que vem trazendo, mas afeta a todos nós, tanto faz como Santarém, como as comunidades ribeirinhos para por essa localidade. Então, eu tô aqui pra ver o nosso lado como brigadista voluntário, a gente não foi reconhecido ainda por essa rede de cidade que a gente tem como apoio do ICMBio, somos um grupo voluntário“.

Imagem: Visão aérea de Santarém/ Foto: Augusto Miranda / Ag. Pará

Foto: Augusto Miranda / Ag. Pará

Dom Irineu Roman, Arcebispo da Arquidiocese de Santarém, também esteve presente na audiência e destacou que neste momento crítico de crise ambiental precisamos agir no sentido da prevenção e nos empenhar em ações a curto, médio e longo prazo. Entre as ações propostas estão:

1-Educação ambiental em todos os niveis: ensino primário, fundamental, médio e universitário;
2-Evitar toda e qualquer derrubada de floresta por parte de quem quer que seja. Adotar outros métodos para a agricultura. As prefeituras e os governos ofereçam máquinas e implementos aos que não possuem, permitindo aos mesmos produzirem em terras já desmatadas;
3-Evitar de forma radical a derrubada das florestas ciliares, ou seja, à beira de igarapés, rios e lagos;
4-Aproveitar o inverno amazônico, se ele chegar, para um mutirão de plantio de árvores. Plantar, particularmente, árvores frutíferas. Investir em reflorestamento a partir das próximas chuvas;
5-Pedi aos vereadores rever todas as leis ambientais municipais e renová-las, com a contribuição nossa, em vista do contexto climático atual;
6-Que essas leis sejam severas para quem agride o meio ambiente;
7-Tomar consciência dessa grave crise climática e coibir os irresponsáveis.

Recentemente por conta da densa fumaça, o Prefeito Nélio Aguiar encaminhou um ofício ao governo federal, relatando os problemas vivenciados pela população por conta das fumaças, fruto das queimadas na região. De acordo com o documento, as queimadas estão avançando de forma assustadora e acelerada, afetando inclusive na qualidade do ar.

Como resposta o Governo do Pará, no último sábado (30), enviou reforços para intensificar o combate a incêndios florestais em Santarém e municípios vizinhos.

“Nós estamos saindo de 104 colaboradores dos bombeiros para 144. Portanto, teremos um incremento para que isto possa reforçar, junto com oito novos caminhões de combate a incêndio. Veículos que chegaram nesta semana para o governo do Estado, todos aqui mobilizados em Santarém. Nós deslocamos viaturas também de Itaituba e Altamira para fazer uma grande força-tarefa”, ressaltou Helder Barbalho, governador do estado paraense.

Foto Marcelo Lelis Agência Pará

Foto Marcelo Lelis Agência Pará

Por Daniela Pantoja.

 

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