O reforço das ações que apoiam e visibilizam as iniciativas das comunidades, pastorais e organizações eclesiais, a partir de uma espiritualidade encarnada, na defesa da vida dos povos e da biodiversidade amazônica, para construir o “bem-viver” foi um dos trechos citados na carta entregue pelos bispos das Amazônia Legal à representante do governo federal, durante a abertura do V Encontro da Igreja da Amazônia.
A programação que iniciou nesta segunda-feira em Manaus, no Amazonas, reúne cerca de 60 bispos da Amazônia Legal, 2 Cardeais, religiosos e leigos representantes das pastorais e organismos que atuam na Igreja da Amazônia e lideranças indígenas.
Baseado na temática “A Igreja que se fez carne, alarga sua tenda na Amazônia: Memória e Esperança”, o encontro tem com um dos principais objetivo dar continuidade às conclusões do encontro de 2022, realizado em Santarém e observar os avanços, as dificuldades e os desafios da igreja na Amazônia.
Dom Gilberto Pastana, Arcebispo de São Luiz, no Maranhão e presidente da Comissão Episcopal para a Amazônia destaca que também está sendo contextualizado a organização e dinamização das comunidades, ministérios, a formação tanto dos leigos quanto também a formação dos novos presbíteros, e atuação da juventude.
“Estamos verificando quais foram os avanços que nós conseguimos editar aqui em toda Amazônia como por exemplo na criação, organização e dinamização das comunidades, a questão dos ministérios, da ministerialidade da igreja, a formação tanto dos leigos quanto também a formação dos novos presbíteros, a defesa da vida e a questão da juventude“, destacou o Arcebispo do Maranhão.
Na carta entregue à Secretaria Nacional de Diálogos Sociais e Articulação de Políticas Públicas foram citadas as diversas ações desenvolvidas no ano de 2023, como as escutas dos povos da floresta, das águas, dos campos e das cidades, em um formato de rede, com o objetivo de promover o diálogo com o Estado e o Governo do Brasil em torno dos grandes desafios da Amazônia.
Dom Evaristo Spengler, Presidente da Rede Eclesial Pan Amazônica (REPAM-Brasil) e bispo de Roraima destaca sobre essas ações e as principais demandas dos povos.
“No mês de novembro do ano passado (2023) a REPAM juntamente com a comissão episcopal para Amazônia, CPT, CIME, estivemos visitando vários ministérios em Brasília, no total foram 13. Ao final das visitas, chegou-se à conclusão que o ministério sozinho não poderia dar uma resposta a tantas demandas e assim a Secretaria do Governo decidiu fazer caderno e resposta integrando todos os ministérios a partir das demandas da Amazônia, dos ataques aos povos indígenas e marcação de terras, a violência que ocorre contra os defensores de direitos humanos na Amazônia e na verdade ontem houve essa entrega, a resposta de toda essa demanda também sobre a questão da estiagem, da seca do ano passado e que agora vai começar um novo processo, um novo ciclo“, salientou o presidente da REPAM-Brasil.
Estão sendo apresentados relatórios a partir das 58 dioceses que fazem que fazem parte da Amazônia, organizados em seis regionais, justamente para compreender a realidade e novas demandas, que possam surgir durante o encontro.
Leia a carta na íntegra: Carta ao Governo
Por: Daniela Pantoja, Rede de Notícias da Amazônia – Santarém (PA)