“A Carta”, em referência à encíclica Laudato si’ do Papa Francisco, teve estreia mundial na terça-feira, 4 de outubto, no Vaticano. O documentário traz as últimas notícias sobre a crise ambiental e os problemas sofridos pela natureza e pelas pessoas, através da história pessoal de quatro diferentes vozes sobre os jovens, os pobres, a natureza e os indígenas: entre eles, do cacique Dadá Borari, da Terra Indígena Maró, na Amazônia.
Por Andressa Collet, do Vatican News.
“O meu maior medo é perder a terra, a floresta por causa do agronegócio que está chegando aí.”
Na Terra Indígena Maró, no Estado do Pará, que fica no curso do rio que leva o mesmo nome do território, vive o cacique e professor Odair José Borari, mais conhecido como Dadá. A aldeia do povo Borari fica a 14 horas de barco da cidade de Santarém e é ameaçada constantemente pela exploração madeireira e pelo avanço do agronegócio. Ele virou um dos quatro protagonistas, de diferentes histórias do mundo, que fazem parte de um documentário sobre o poder da humanidade para deter a crise ecológica, intitulado “The Letter. A message for our earth”, no original inglês, “A Carta. Uma mensagem para nossa terra”, na tradução livre em português.
A história de poetas sociais
Segundo o próprio Papa Francisco, que também participa do filme, eles são “poetas sociais porque têm a capacidade e a coragem de criar esperança lá onde só aparece descarte e exclusão”. São também quatro vozes não ouvidas em conversas globais que por isso foram convidadas para um diálogo sem precedentes com o Pontífice ao trazer a perspectiva dos pobres, da juventude, da natureza e dos indígenas, com um refugiado climático do Senegal, uma ativista adolescente da Índia, cientistas do Havaí e o cacique Dadá, da Amazônia Brasileira: