A Conferência Eclesial da Amazônia (CEAMA) e a Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM), apresentam um texto de contribuição da Igreja Amazônica ao processo de preparação continental para o Sínodo sobre o Sínodo sobre a Sinodalidade.
Por Comunicação REPAM
O texto apresentado em 20 de fevereiro passado pelas presidências da Conferência Eclesial da Amazônia (CEAMA) e da Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM) ao Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM), foi fruto de uma consulta ampla e reflexão sistematizada por uma comissão.
Para este processo de elaboração do texto, foram levados em conta os resultados do longo e extenso processo de escuta e preparação do Sínodo Amazônico, seu Documento Final e a Exortação Apostólica do Papa Francisco “Querida Amazônia”, que na prática são contribuições diversas e muito valiosas para o que seria uma contribuição própria.
CAMINHANDO JUNTOS
A Igreja na Amazônia participou da Primeira Etapa do processo sinodal sobre a sinodalidade (2021-2024), através da contribuição de suas Igrejas locais, que foi integrada na síntese elaborada pelas Conferências Episcopais Nacionais das contribuições das demais Igrejas em seus respectivos países.
Na Etapa Continental, além da participação das Igrejas Locais da Amazônia nos encontros das Regiões “Andina” e “Cono Sul” organizadas pelo CELAM, a CEAMA e a REPAM também oferecem sua contribuição à Igreja Universal e Continental.
RICA EXPERIÊNCIA VIVIDA
A contribuição apresenta uma visão de conjunto da rica experiência vivida no processo do Sínodo Amazônico, da vida das Igrejas da região copiladas no processo de escuta, assim como dos três documentos do Sínodo: o Instrumentum Laboris, o Documento Final e a Exortação Apostólica “Querida Amazônia”.
Ao relacioná-las com o Documento para a Etapa Continental do Sínodo, surgem três dimensões que compõem uma contribuição específica e sui generis da Amazônia para a Igreja: a) Intuições e experiências novas; b) Tensões e interrogantes; c) Prioridades e chamados à ação.
Evangelização Integral
Da Amazônia, um grito irrompe que chega a todo o planeta, pois “tudo está interligado” (Laudato Si’, 91). Na realidade, a Amazônia é mais que uma região, é um paradigma, “uma verdadeira abordagem ecológica sempre se torna uma abordagem social, que deve integrar a justiça nos debates sobre o meio ambiente, para ouvir tanto o clamor da terra como o clamor dos pobres” (Documento Final, 66).
É um paradigma que interpela e desafia a tomar novas posturas e comportamentos, com dois imperativos principais: o cuidado com a Casa Comum como dimensão da vida e da ação evangelizadora, e o respeito e acolhida dos povos originários, seus territórios e suas culturas como interlocutores e sujeitos de uma evangelização inculturada.
Da Amazônia, a REPAM e o CEAMA querem compartilhar com a Igreja universal, estas contribuições que estão agrupadas em torno de sete grandes desafios que a Igreja na região está empenhada em tornar realidade através de uma evangelização integral:
- A conversão da Igreja e a saída às periferias
- Igrejas locais com rosto e coração próprios, encarnadas na realidade de seus povos
- Uma Igreja toda ela ministerial e inclusiva, especialmente das mulheres
- Uma Igreja sinodal, apoiada em estruturas de comunhão
- A sinodalização das Conferências Episcopais
- A ecologia integral como uma dimensão essencial da evangelização
- Uma Igreja companheira de caminho de toda a humanidade
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