Notícia

Por Luis Miguel Modino | Comunicação CNBB Norte1

O Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte1) realiza de 22 a 24 de setembro na Maromba de Manaus o Congresso Missionário Regional, com uma participação de umas 80 pessoas, um momento importante de preparação para o Congresso Missionário Nacional que também vai ter Manaus como sede de 10 a 15 de novembro de 2023.

Os dois congressos têm o mesmo tema: “Ide! Da Igreja Local aos confins do mundo”, e o mesmo lema: “Corações ardentes, pés a caminho”, sendo a missão ad e inter gentes e a Igreja local os temas transversais. Ao longo dos três dias de congresso será abordado a espiritualidade missionária, a formação missionária e a animação missionária.

Uma dinâmica de trabalho estruturada em torno a três eixos: escutar, abordando o dinamismo do Espírito Santo na missão da igreja-primazia de graça; discernir, a partir da Amazônia até os confins do mundo-testemunho de Cristo; comungar, despertar a consciência missionária ad gentes – das igrejas locais até os confina do mundo.

Não podemos esquecer que “nos alimentarmos da missionariedade como Igreja é fundamental”, segundo o cardeal Leonardo Steiner, arcebispo de Manaus e presidente do Regional Norte1. Ele insistiu em anunciar uma Boa Notícia, que a vida humana tem um outro sentido. Dom Leonardo chamou a descobrir que “nos alimentarmos dessa grande missão é que nos faz cada vez mais ser Igreja”, a ser “uma Igreja toda anunciando, testemunhando, visibilizando o Reino de Deus”. Uma Igreja que hoje na Amazônia é herança daqueles que fizeram missão ao longo dos anos.

Um Congresso que prepara o Congresso Missionário Nacional, lembrou dom Edson Damian, bispo da diocese de São Gabriel da Cachoeira e bispo referencial da dimensão missionária no Regional Norte1, que insistiu em que o Brasil tem os olhares voltados para cá, fazendo um chamado a “aquecer os nossos corações para acolher 800 irmãos e irmãs que vem de todo o Brasil”.

Um Congresso chamado a “irradiar a alegria dessa presença missionária nessa Igreja da Amazônia”, segundo a Ir. Rose Bertoldo, secretária executiva do Regional Norte1. Um Congresso que de Manaus vai para o mundo, disse dom Tadeu Canavarros dos Santos, bispo auxiliar da arquidiocese de Manaus, que fez um convite a “abraçar aquilo que nós somos, a missão”. Um Congresso que é oportunidade para “levar a palavra, a semente a outras pessoas que tanto precisam dessa alegria de ser missionários”, destacou o padre Gutemberg Pinto, coordenador do Conselho Missionário Regional (COMIRE).

Uma oportunidade para que “todos os participantes possam se tornar multiplicadores, assimilar os conteúdos para se tornar animadores missionários, ser missionários”, afirmou a Ir. Rosana Marchetti, da Coordenação de Pastoral da arquidiocese de Manaus. Uma presença missionária da qual participa a Vida Religiosa, segundo a Ir. Maria Couto, coordenadora da CRB Regional, que são “luzes que em vários lugares se fazem presentes como missionários e missionárias que sem medida estão doando sua vida”.

“Os olhos do Brasil e do mundo estão voltados para a Amazônia, também por este momento de reflexão e conscientização missionária”, ressaltou a Ir. Regina da Costa Pedro, diretora das Pontifícias Obras Missionárias no Brasil. A religiosa do PIME fez um chamado para que o 5º Congresso Missionário Nacional, “possa acontecer não só como um evento e sim como parte de um processo de saída, de conversão missionária que a Igreja do Brasil já está vivendo”. Daí a importância de que “o que vai acontecer aqui possa ecoar para muitas outras pessoas, acolher e poder transmitir para os outros”.

Falando sobre a Missão na Amazônia, o cardeal Steiner lembrou que “Jesus confia a missão aos seus discípulos, ele envia e continua a nos enviar a cada um de nós”. Por isso, ele fez um chamado a ser testemunhas, anunciar, testemunhar, visibilizar a través de gestos, insistindo em que “o caráter missionário da Igreja nasce do envio de Jesus a toda criatura, alimentada, fortalecida e inspirada pelo Espírito”.

O presidente do Regional Norte1 lembrou as palavras do Papa Paulo VI, que disse que toda a Igreja é missionária, definindo a missionariedade como força, vigor, energia, que vem da missão e nos envia. Ele ressaltou que a evangelização deve levar a uma mudança de vida, e que a Igreja que evangeliza é a Igreja comunidade de fé. Segundo o cardeal, missão não é para conquistar, e sim para levar um modo de viver, não é para fazer proselitismo. Uma Igreja missionária é misericordiosa, sabe onde estão os pobres, vai ao encontro dos pobres, não tem medo dos pobres, enfatizou o arcebispo de Manaus.

Falando sobre a missão na Amazônia, dom Leonardo lembrou a necessidade de levar em conta as línguas e culturas, de inserir isso na liturgia, fazer uma liturgia inculturada. Uma Igreja que vai ao encontro das pessoas, acompanha. A missão na Amazônia tem que ter em conta os sonhos do Papa Francisco na Querida Amazônia. Sonhos que não são para amanhã, são para nos impulsionar agora, segundo o cardeal. Ele também destacou a importância do Encontro de Santarém, que em 1972 insistiu na encarnação e libertação.

Analisando a caminhada feita pela Igreja na Amazônia, dom Leonardo a definiu como uma Igreja sinodal, uma Igreja que sempre nos recorda a profecia, uma Igreja dos mártires, que deram a vida pela fé. Ele ressaltou que nossa missão na Amazônia é evangelizar, dizendo que não estamos anunciando uma estrutura, uma ONG, estamos anunciando a Jesus e seu Evangelho, anunciamos a Boa Nova. Finalmente enfatizou que “acreditamos que temos como Igreja um papel fundamental na Amazônia: não deixar que destruam a nossa casa”.

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