Por Janaína Souza
Presidentes e representantes de mais de 190 países, se reúnem na Conferência das Partes (COP16) da Convenção sobre Biodiversidade Biológica 9(CBD) em Cali, na Colômbia.
O encontro que é o principal Fórum para cooperação internacional pela conservação e o uso sustentável da biodiversidade segue até dia 1 de novembro, no espaço Zona Azul.
A ministra Marina Silva que participou de várias reuniões, também representou o presidente do Brasil, Luiz Inácio da Silva, na abertura do segmento de alto nível da Cop-16 , com presidentes e/ou representantes dos países.
Mariana Silva destacou que as fases das Conferencias ultrapassaram o momento de formulação de políticas, de criação de estruturas e viabilização de mecanismos de financiamentos.
“Agora é a fase de implementação e isso pressupõe os recursos concretos para as diferentes agendas, seja para proteção da biodiversidade, restauração ou uso sustentável”, informou a ministra destacando entre essas a agenda da bioeconomia.
“O Brasil tem trabalhado com diferentes mecanismos. Nós não acreditamos que seja possível enfrentar um problema dessa magnitude apenas com fontes de recurso públicos, ainda que sejam fundamentais, pois os países ricos têm que fazer o aporte de recursos públicos para ajudar no cumprimento da agenda do clima e biodiversidade, além da desertificação, mas também os recursos privados”.
O Brasil está trabalhando, de acordo com a ministra, com o Fundo Clima que já captou 10 bilhões de reais para projetos de desenvolvimento sustentável, além do Financiamento das Florestas Tropicais que é um mecanismo para financiar a conservação de florestas ao redor do mundo.
“Até hoje, temos recursos para evitar que florestas sejam destruídas”, pontuou.
Por outro lado, organizações da sociedade civil presentes na Cop16 acham importante esses acordos e financiamentos, porém segundo eles não são aplicados para quem realmente precisa, como informou Samuel Leite Caetano, do Conselho Nacional de Povos e Comunidades Tradicionais.
“É um desafio muito grande colocarmos todas apostas no governo. Existe um processo para alavancar a economia, porém no meu ponto de vista é entregar o cerrado para o agronegócio.
Se não balizarmos tudo isso que está acontecendo aqui em Cali como política de reforma agrária, de regularização fundiária, onde povos e comunidade tradicionais estão no centro dos nossos territórios, será difícil fazer qualquer construção sobre sociobiodiversidade”, finalizou.
Por Janaína Souza