A Frente Parlamentar Mista Ambientalista, por meio do Grupo de Trabalho sobre Clima, promoveu na terça-feira (06/05) um seminário na Câmara dos Deputados para apresentar os aprendizados da última Conferência do Clima e discutir caminhos para a próxima – a COP30, que acontecerá em novembro, em Belém (PA). O evento reuniu representantes do governo federal, parlamentares e diversas organizações da sociedade civil com o objetivo de reforçar a importância de uma participação mais ampla e efetiva nos processos preparatórios da conferência.
Entre os participantes estavam o diplomata Pedro do Nascimento Filho, do Ministério das Relações Exteriores; Monique Ferreira, chefe de gabinete da presidência da COP30 no Ministério do Meio Ambiente; representantes da Coalizão Nacional de Juventudes pelo Clima (Conjuclima), do Instituto Alana, da Plataforma Cipó, da Rede Vozes Negras pelo Clima, além de parlamentares como Tarcísio Motta (Psol-RJ).
Durante o seminário, Mayara Lima, comunicadora do projeto Mobilização dos Povos pela Terra e pelo Clima, articulação da REPAM rumo à COP30, destacou a necessidade de descentralizar o debate climático e garantir que a agenda da conferência chegue até a base das comunidades. Ela apresentou a cartilha ABC da COP, criada para facilitar o acesso à informação e fortalecer a atuação de territórios e populações tradicionais. “Não dá pra incidir sobre o que não se entende. Se a informação continua restrita a diplomatas e pequenos grupos, como os territórios vão construir caminhos de participação real?”, questionou.

Mayara Lima também destacou as articulações que vêm sendo construídas pela sociedade civil para garantir participação efetiva nos debates climáticos, mesmo fora dos espaços oficiais da COP30. Ela citou iniciativas como a Cúpula dos Povos, a COP das Baixadas e a COP do Povo, que acontecerão paralelamente à conferência oficial em Belém. “Sabemos que a sociedade civil não conseguirá estar integralmente dentro da COP30, por isso esses espaços autônomos são caminhos fundamentais para ampliar a incidência e articular as vozes dos territórios de forma estratégica e organizada”, afirmou.
Thalia Silva, coordenadora da Conjuclima, também cobrou mais espaço para a juventude nas negociações internacionais. “A COP29 mostrou que nós, enquanto juventude, não estamos pedindo um lugar à mesa. Agora, exigimos fazer parte das decisões e negociações”, afirmou.
O seminário foi organizado pelas comissões de Legislação Participativa e de Meio Ambiente da Câmara, com apoio da Frente Parlamentar Ambientalista, a partir de requerimento dos deputados Ivan Valente (Psol-SP) e Talíria Petrone (Psol-RJ).