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Dados do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgados na última sexta-feira (5) apontam que, em 2023, a área em alerta de desmatamento na Amazônia caiu pela metade, na comparação com 2022. É o melhor índice desde 2018. 

Em 2022, a área com alertas de desmatamento na Amazônia Legal foi de 5.152 km². Já em 2022, o desmatamento atingiu 10.278 km². Mesmo com a redução, entre os estados que compõem a região, o Pará foi o estado que registrou a maior área de vegetação destruída em 2023, com 1.902 km², seguido pelo Mato Grosso com 1.408 km², e Amazonas com 894 km². 

Os dados consideram o chamado ano civil, ou seja, o período total de janeiro a dezembro, e são do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Inpe, que produz sinais diários de alteração na cobertura florestal para áreas maiores que três hectares.  

Números do Prodes, o relatório anual do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite, considerado o mais preciso para medir as taxas anuais, já apontavam essa queda em 2023. O documento divulgado em novembro do ano passado apontou uma redução de 2.593 km² na taxa (22%) entre agosto de 2022 e julho de 2023 (período chamado de ano referência), a menor para uma temporada do Prodes desde 2019. 

Para Ima Vieira, ecóloga e assessora da Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM-Brasil), a queda no desmatamento da floresta amazônica é importante, mas ainda assim os números registrados são altos.  

“Houve uma interrupção do desmatamento da floresta amazônica e isso é muito importante, mas a taxa de 9000 km2 de florestas destruídas anualmente ainda é muito alto! Além disso, em 2023, a região amazônica enfrentou uma seca muito forte, muitas pessoas foram impactadas e os incêndios florestais se alastraram na região, causando mais danos socioambientais”, lembra.  

A ecóloga chama atenção para a conexão entre as mudanças climáticas, o desmatamento e as queimadas, que agravaram e expediram a estação seca.  

“Essa crise toda requer uma estrutura política combinada de vários setores, e isso tem que ser considerado pelos governos federal e estaduais. Há muitos planos sendo elaborados para a Amazônia em vários níveis, mas as soluções ainda estão no meio do caminho. As populações locais são as que mais sofrem com esses problemas ambientais graves.  Os gestores públicos devem levar em conta que a Amazônia mudou e isso requer uma visão integrada dos problemas e a busca de soluções mobilizadoras, inclusivas e mais efetivas”, ressalta Ima Vieira.  

Comunicação REPAM-Brasil 

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