Notícia

“A situação da Amazônia é um triste paradigma do que está acontecendo em muitas partes do planeta: uma mentalidade cega e destruidora que favorece o lucro à justiça; coloca em evidência a conduta predatória com a qual o homem se relaciona com a natureza. Por favor, não esqueçam que justiça social e ecologia estão profundamente interligadas!”

Por Renan Dantas, da Diocese de Juína (MT)

O Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado em 5 de junho, é mais do que uma data no calendário; é um lembrete crucial de nossa responsabilidade para com a “Casa Comum” que compartilhamos: o planeta Terra. Enquanto a comunidade internacional se une em ações e reflexões, é notável como a Igreja Católica tem se destacado em seu compromisso com a preservação ambiental e a justiça social.

Louvor ao Criador

Desde os Salmos de Louvor até as palavras de Jesus no Evangelho, a reverência pela criação é evidente nas Escrituras. A Igreja entende que a natureza é um dom sagrado, e seu cuidado é uma expressão de nossa responsabilidade espiritual.

A Doutrina Social e o Meio Ambiente

Na encíclica Laudato Si, o Papa Francisco enfatiza a ligação intrínseca entre a questão ambiental e a questão social. A Igreja vê os pobres como os mais afetados pelas mudanças climáticas e outros danos ambientais, e insta à ação coletiva para proteger os mais vulneráveis. A encíclica também destaca a importância da educação e do diálogo interdisciplinar na busca por soluções para os desafios ambientais.

Ecologia Integral

A ideia de “ecologia integral” promovida pela Igreja destaca a interconexão entre todas as formas de vida e a importância de uma abordagem holística para a proteção do meio ambiente. Reconhece-se que a degradação ambiental prejudica não apenas a natureza, mas também a humanidade. A Igreja tem grupos, movimentos e meios de comunicação dedicados a promover a conscientização e a ação em defesa da Terra e das mudanças climáticas.

O Compromisso da Igreja

Ao longo dos anos, os Papas têm chamado a atenção para as questões ambientais, especialmente em regiões como a Amazônia, onde os desafios são particularmente prementes. Desde São João Paulo II até o Papa Francisco, líderes da Igreja têm defendido os direitos das populações indígenas e instado os governantes a protegerem os recursos naturais. Movimentos como a Campanha da Fraternidade, no Brasil, e grupos como a Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM) têm trabalhado para promover a conscientização e ações concretas em defesa do meio ambiente.

O Desafio Continua

Apesar dos esforços da Igreja e da comunidade global, os desafios ambientais persistem. O desmatamento, a poluição e as mudanças climáticas continuam a ameaçar o equilíbrio ecológico do nosso planeta. No entanto, com ações coletivas e uma maior conscientização, ainda podemos proteger e preservar a “casa comum” que compartilhamos.

Neste Dia Mundial do Meio Ambiente, que possamos renovar nosso compromisso com a preservação da natureza e com a justiça para todas as formas de vida. Como nos lembra a Encíclica Laudato Si, “A água potável e limpa constitui uma questão de primordial importância, porque é indispensável para a vida humana e para sustentar os ecossistemas terrestres e aquáticos. (…) Enquanto a qualidade da água disponível piora constantemente, em alguns lugares cresce a tendência para se privatizar este recurso escas¬so, tornando-se uma mercadoria sujeita às leis do mercado. Na realidade, o acesso à água potável e segura é um direito humano essencial, fundamental e universal, porque determina a sobrevivência das pessoas e, portanto, é condição para o exercício dos outros direi¬tos humanos. Este mundo tem uma grave dívida social para com os pobres que não têm acesso à água potável, porque isto é negar-lhes o direito à vida radicado na sua dignidade inalienável.”. Que este lembrete nos inspire a agir com urgência e compaixão em defesa do nosso precioso lar planetário.

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