A Diocese de Juína (MT) enviou no domingo, 5 de maio, uma mensagem de solidariedade e esperança ao Rio Grande do Sul. Desde a semana passada, o Estado sofre com fortes chuvas, enchentes e inundações. Já são mais de 80 mortos, 276 feridos e 111 desaparecidos. Ao todo, são 850 mil pessoas afetadas pelos efeitos da tragédia.
Confira a íntegra da mensagem:
Meu querido Rio Grande do Sul. Coração amado, bate forte por ti. As vidas que se foram, meu lamento. Estejam em paz nas moradas eternas.
As pessoas perdidas, esperança de encontrarmo-nos, não sei aonde. As pessoas feridas e machucadas, nossa cura humana, psicológica e espiritual.
As pessoas fora de suas casas, coragem, apoio e fé. As pessoas solidárias, participação, unidade, ajuda e força: muito obrigado.
As pessoas orantes, consolo. Peregrinos da esperança, apesar de todo desespero. As pessoas que nos governam, hora da unidade.
A tragédia não tem partido, não tem religião. Não tem cor. Não tem opção sexual. A tragédia não tem polarização, a não ser sozinha contra tudo e todos. A tragédia não tem lado. Não tem rico. Não tem pobre.
A tragédia é apelo humano, ético e cristão para todos. Somos todos irmãos na amizade. A tragédia nos chama e a hora da caridade é agora. A hora da solidariedade está a porta de nosso coração.
A tragédia nos pede conversão ecológica. Conversão sinodal. A tragédia nos leva a rezar e pensar a finitude das rebeldias humanas.
A tragédia nos faz irmãos. Se nada aprendemos com a tragédia, nos tornaremos insossos no conjunto da obra. Cada vida em risco, dor e fragilidade alheia. Cada vida ameaçada e engolida e/ou, cada vida salva, alteridade em serviço.
Dom Neri José Tondello | Bispo Diocesano de Juína – MT
*Foto: Renan Dantas