Lideranças das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), pastorais, movimentos, novas comunidades e outros organismos da diocese de Macapá/AP mergulharam no Rio Sinodal. `No último domingo, 25, centenas de pessoas estiveram reunidas no Centro Diocesano de Pastorais para Assembleia Territorial da diocese com o objetivo de oferecer sua contribuição para o Sínodo para a Amazônia.
A metáfora inspirada nas águas do rio Amazonas, que banham a capital amapaense, é do professor Benedito Alcântara, membro da Escola Diocesana de Fé e Cidadania e do Comitê local da Rede Eclesial Pan-Amazônica/REPAM-Brasil.
No rio sinodal, uma barca agregou e conquistou pessoas no processo de estudo da cartilha preparada localmente a partir do Documento Preparatório sinodal que culminou no encontro do último domingo. “Quem assumiu, mergulhou, entrou no rio, foi fazendo as suas preparações, foi dando suas contribuições, foi fazendo este processo bonito”, conta Bené Alcântara, como é conhecido.
Esta construção coletiva teve várias instâncias e ocasiões de participação, desde os grupos, as paróquias, até chegar às regiões da capital e ao interior. “Foi um processo construído com várias mãos, vários pés, vários joelhos, porque teve muita mística, oração e espiritualidade, vários corações, que foram entusiasmados para ver acontecer. Quando o papa disse em Puerto Maldonado, ‘o Sínodo começou’. Este povo acreditou e fez acontecer”, alegra-se Alcântara.
A Assembleia foi oportunidade para socialização das sínteses dos encontros preparatórios, destacando as riquezas ambientais, culturais e eclesiais da caminhada da Igreja no Amapá e na região das ilhas do Pará, como os municípios de Gurupá, Breves e Afuá.
Várias atividades marcaram este dia de celebração com a presença do bispo diocesano, dom Pedro José Conti. Missa, caminhada, almoço partilhado e festival foram momentos marcantes deste encontro.
Oscar Filho, da Pastoral da Comunicação de Macapá, partilhou as riquezas destacadas na Assembleia Territorial de Macapá:
Ambientais
Foram destacados os corais, as reservas ecológicas, a água doce do nosso imenso rio Amazonas – que banha a frente da capital Macapá -, nossos lagos, igarapés e tantos rios, o extrativismo vegetal: madeira nobre, minério, a fauna a flora, os pontos turísticos e tantas outras riquezas ambientais que temos.Sociais
Dentro das riquezas sociais, foram mostradas a diversidade de povos: indígenas e ribeirinhos, caboclos, quilombolas, migrantes. Também todas as nossas organizações sindicais, cooperativas, associações e projetos sociais.Culturais
O Ciclo do Marabaixo, que é o folclore do nosso Amapá, com mais de 200 anos; as manifestações quilombolas e indígenas; também festas centenárias, como São Tiago, o Ciclo do Batuque e do Marabás também. As festas dos produtos da terra, os chamados festivais que realizamos aqui como o do abacaxi, açaí, mandioca, cupuaçu, camarão, também peixes, a nossa culinária e o nosso artesanato.Eclesiais
As assembleias que são realizadas, todos nossos encontros; as CEBs, que favorecem a presença e o protagonismo de leigos e leigas, religiosos consagrados e consagradas; as várias pastorais, com ênfase para as Pastorais Sociais e a Cáritas, que contribui com a proteção e a defesa da vida com projetos de geração de renda, de empreendedorismo, de oportunidades também para tantos grupos que precisam buscar essas alternativas; e, principalmente, a Pastoral da Terra, que tem a luta pela terra como dom de Deus para todos, já que o agronegócio está chegando aqui no Amapá, ameaçando agricultores e agricultoras. E uma Igreja que busca anunciar sempre e em toda parte os princípios morais e pronunciar-se a respeito também de situações que ameaçam a vida na nossa realidade amazônica do Amapá e Ilhas do Pará.