Os participantes refletiram sobre a realidade das famílias do campo, das comunidades indígenas e do meio ambiente
Por Laíse Carmo – ASCOM da Arquidiocese de Palmas
Neste segundo dia, as temáticas foram: Ecoprofecia e Ecopolítica, ministradas pelos professores Luís Claudio, membro do CPT-MT e Ricardo Castro, da Faculdade Católica do Amazonas. Os professores destacaram ainda a importância de dar dignidade a população que sofre, as problemáticas entre a agricultura familiar e agronegócio, e a necessidade de um futuro melhor para o nosso país principalmente, às comunidades que vivem e dependem do campo.
“Indígenas e camponeses são povos de resistência e até diria de teimosia. É muito suor e sangue para se manterem existindo.” Afirmou o professor Luís Cláudio.
Sobre a Ecoprofecia, o professor Ricardo Castro explicou sobre o que é profecia, a importância no contexto bíblico e na atualidade, e a capacidade que a ecoprofecia tem nos dias atuais. “A ética profética exige de nós a coragem de criticar e desmantelar a consciência predominante. (…) A Imaginação criativa é a audácia de acreditar na possibilidade de um além do presente.”, explicou Castro.
Ainda pela manhã, os participantes divididos em grupos, participaram de oficinas sobre o trabalho da Pastoral da Terra e as realidades que as famílias no campo enfrentam, os desafios das comunidades indígenas na atualidade e uma reflexão crítica sobre o que é o meio ambiente e o quanto precisamos lutar para preservar.
À tarde foi realizada a partilha das oficinas, avaliação geral do encontro e a benção de envio dada por Dom Pedro Brito Guimarães, vice-presidente da REPAM- Brasil.
Segundo os participantes, o encontro foi a oportunidade de abrir a mente e compreender melhor a realidade atual do país.
Lucivaldo Pereira, natural de Redenção (PA), afirmou que o encontro foi uma experiência inovadora no quesito de conhecimento adquirido por meio das palestras e da troca de experiência entre os participantes de vários locais do Brasil. “Me chamou atenção o projeto dos pescadores (apresentado durante uma das oficinas) no qual os próprios moradores vieram explicar, falar das suas experiências, o quanto a família é beneficiada.” explicou Lucivaldo.
Para a professora Mariana Lacerda, pró-reitora acadêmica do UniCatólica, acolher este evento foi muito importante, principalmente pois ele caminha junto com os pensamentos do próprio Centro universitário. “Nós (UniCatólica) entendemos que aqui formamos pessoas de valor, capazes de transformar o meio onde eles estão atuando e onde estarão atuando. E essas temáticas, o cuidado com a casa comum, direitos humanos, sustentabilidade, elas perpassam as nossas propostas formativas.”, afirmou Mariana.
Em 2023, IV Encontro de Ecoteologia foi realizado na Faculdade Católica de Manaus e este ano, em Palmas, a professora Elisangêla Maciel esteve presente como representante da Faculdade. “(Na edição anterior) Foi a primeira vez, e o Encontro teve uma amplitude. Ele foi ao encontro de um Regional ouvir as pessoas, fazer oficinas diferentes, estar com lideranças, poder compor mesas diferenciadas com olhares diferentes de todas as pessoas que estão engajadas na causa comum que é a preservação do meio ambiente. Então, estar em Palmas hoje também faz muita diferença. Esta é a primeira vez, poder ouvir o Regional com suas experiências e dificuldades. A Igreja não pode ficar fechada em si, ela tem que ir ao encontro das comunidades e esse Encontro de Ecoteologia tem essa função.”, explicou.
Padre Ricardo Castro ressaltou que este momento foi de entrelaçar experiências e aprofundar teologicamente, e a partir dos saberes compreender aos poucos as diversas dimensões da Amazônia e do Cerrado para uma melhor ação para os desafios que o meio ambiente brasileiro enfrenta.