A Rede Eclesial Pan-Amazônica/REPAM realiza desde a última segunda-feira, 26, na sede do regional Norte 2 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil/CNBB, em Belém/PA, um encontro com 16 lideranças de comunidades afetadas pela mineração, agronegócio e desmatamento. Trata-se do encontro de um dos eixos da REPAM que reflete a temática: “Meio Ambiente e Bem Viver”.
Os participantes são de diversos países da Pan-Amazônia (Bolívia, Peru, Colômbia e Brasil). Diego Fabián, da diocese de Florencia (Colômbia), conta que este encontro “é um momento de partilha e avaliação do que fazemos em nossas dioceses e como lidamos com a nossa realidade”.
De acordo com o missionário comboniano que atua no Maranhão, padre Massimo Ramundo (à direita na foto), o encontro, além da partilha, promove um resgate. “Nossas experiências são partilhadas aqui, mas também este encontro serve de resgate da cultura dos povos tradicionais, valorizando o modo de bem viver dos mesmos como alternativa às tantas propostas sedutoras do atual sistema dominante que gera, muitas vezes, degradação humana e ambiental”, disse o sacerdote italiano que trabalha no Brasil há quase duas décadas.
A resistência é também destacada por ele: “Diante dos conflitos, estamos vendo possíveis soluções e a nossa luta é resistência, bem como reconhecendo nossos direitos e criando laços de união e fomentando a arte do bem viver e do bem conviver”, finalizou.
O encontro segue até a manhã desta sexta-feira, 30, na sede da CNBB Norte 2. Na programação, vários momentos de partilha, escuta e estudo das diretrizes do documento do eixo e do documento preparatório ao Sínodo para a Amazônia, convocado para outubro de 2019.
A proposta principal para estes dias de trabalho é partilhar, refletir e aprofundar o trabalho dos chamados projetos alternativos, como contribuição no cuidado da casa comum, a Amazônia. Estes projetos são iniciativas de desenvolvimento sustentável, frente à realidade de exploração e devastação. São características a convivência amigável com a floresta, de respeito às culturas e conhecimentos tradicionais das populações nativas. A nomenclatura reforça a opção que se apresenta como alternativa ao modelo predominante e predador que ameaça as populações locais.