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Especialista declara que esse projeto é o mais arriscado de hidrelétrica na Amazônia por se tratar de uma região muito plana.

A empresa de pesquisa energética (EPE) entregou ao Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (IBAMA) o estudo

Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), documentos exigidos para o licenciamento ambiental das atividades nas corredeiras do Bem-Querer, município de Caracaraí, em Roraima.

Para dar andamento ao processo, a empresa necessita, além dos estudos de impacto ambiental, de outros estudos, como o componente indígena. Segundo o Conselho indígena de Roraima (CIR) o componente não foi observado e, caso a hidrelétrica seja construída, isso afetará nove comunidades indígenas e a população em geral que depende do rio Branco.

Ivo Cipio Macuxi, assessor jurídico do CIR destaca que com a construção da hidrelétrica mais de nove comunidades indígenas serão afetadas. “Há alguns anos, o departamento jurídico do CIR vem acompanhando as informações sobre os estudos do impacto ambiental desse empreendimento. Nós acreditamos que essa obra é inviável, devido aos impactos ambientais que esse empreendimento pode e vai causar se assim for adiante. Essa hidrelétrica irá mexer no curso do principal rio do Estado, que é o Branco, e ele abastece várias terras indígenas, a exemplo da Tabalascada, Canauanim, Jabuti, Malacacheta, São Marcos, Yanomami e algumas da região Serra da Lua, dentre outras. Além das não indígenas como pescadores, ribeirinhos, pessoas que dependem do rio Branco para tirar seu sustento e da família”, declarou Ivo Macuxi.

Imagem: Corredeiras do Bem Querer/Foto: Janaína Souza

Imagem: Corredeiras do Bem Querer/Foto: Janaína Souza

Segundo o assessor jurídico do CIR  os estudos são ainda preliminares, e não tem como dimensionar o impacto que a obra vai causar. “Porque é uma área plana e o lago que vai se criar pode gerar muito mais impacto do que os estudos estão apontando, como tem acontecido com diversas hidrelétricas na Amazônia”, finalizou.

Ciro Campos, biólogo e representante da Frente de Defesa do Rio Branco, também questiona a forma com que estão sendo feitos os estudos para um empreendimento que, segundo ele é um projeto duvidoso e perigoso pelo tamanho da obra.

“Esse projeto é de alto risco, pois é considerado por muitos, como o projeto mais arriscado de hidrelétrica na Amazonia, no século XXI, por se tratar de uma região muito plana. Esperávamos que os estudos fossem entregues de modo completo e aprofundado, porém está faltando não apenas, o componente indígena, mas outros estudos com aprofundamentos. A situação atual é de risco para sociedade de Roraima porque as autoridades, agora vão ter que tomar a decisão de construir ou não sem ter em mãos as informações necessárias para isso”, pontuou.

Em nota a FUNAI disse que não recebeu da empresa energética nenhum estudo sobre o componente indígena.

 

Por Janaína Souza

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