Nesta terça-feira, 5 de abril, a Comissão Episcopal Especial para a Amazônia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Rede Eclesial Pan-Amazônica REPAM – Brasil e a Arquidiocese de Santarém-PA lançaram o IV Encontro da Igreja Católica na Amazônia Legal – 50 anos do Encontro de Santarém (1972 – 2022).
Participaram da coletiva, o arcebispo de Porto Velho e membro da Comissão para a Amazônia da CNBB, Dom Roque Paloschi; o arcebispo de Manaus e membro da Comissão para a Amazônia da CNBB, Dom Leonardo Steiner; o arcebispo metropolitano de Santarém Dom Irineu Roman; e a assessora da REPAM-Brasil, Profa. Dra. Márcia Maria de Oliveira.
Dom Irineu Roman acolheu os participantes e afirmou que este é um tempo oportuno para a Igreja na Amazônia fortalecer o espírito de unidade e colegialidade. O arcebispo recordou a frase de São Paulo VI “Cristo para a Amazônia” e destacou que a frase, ainda muito presente em nossa vida, “expressa a nossa responsabilidade diante dos graves problemas da região e a opção preferencial pelos pobres”.
“Em dois meses, de 6 a 9 de junho, estaremos reunidos para mais uma vez renovar, reencarnar e atualizar essa obra missionária inserida na história da Amazônia”, ressaltou Dom Irineu.
Dom Leonardo Ulrich Steiner fez memória de como a “preocupação dos bispos reunidos fez com que se pensara numa Igreja encarnada e uma evangelização libertadora, duas linhas que ainda norteiam nossa evangelização na Amazônia”, o que deve levar a “revisitar esse documento inspirador”.
Para o arcebispo de Manaus, o encontro ocorrido há 50 anos foi o “início do fruto que colhemos com o Sínodo” e que muitos elementos presentes no Documento de Santarém fizeram parte do Sínodo, inclusive, nos sonhos do Papa Francisco.
“Nos deixemos impregnar por aquele espírito que guiou os nossos irmãos e irmãs naquela ocasião, para podermos continuar a sermos testemunhas de Jesus, podermos continuar a sermos testemunhas do Reino de Deus, e buscarmos ser uma presença de esperança para a Amazônia, especialmente para os povos originários, mas também para o meio ambiente tão agredido nos últimos tempos”, pediu Dom Leonardo.
Segundo Dom Roque Paloschi, o encontro de Santarém foi um “sopro do Vaticano II e de Medellín, que forçaram a Igreja da Amazônia a tomar decisões que nortearam os rumos da Igreja”. Para ele, o momento deu “rumos para uma Igreja povo de Deus, valorizando os leigos e leigas, uma Igreja em saída, uma Igreja missionária”.
“Revisitar Santarém é agradecer e louvar a Deus pelos passos que a Igreja conseguiu dar”, salientou o arcebispo de Porto Velho.
A assessora da REPAM-Brasil, Márcia Oliveira considerou o encontro uma oportunidade para a “tomada de decisão muito profunda da Igreja na Amazônia em favor dos povos da Amazônia, em defesa da questão ambiental”. Ela destaca que há 50 anos já nascia as sementes de uma ecologia integral e que, hoje, é cultivada na missão, no trabalho e na atuação da Igreja em toda a Amazônia.
“Santarém traz para o debate da Igreja novos lugares de fala, novos lugares de participação, novos territórios, novos avanços para a Igreja nos grandes desafios que a Igreja passa a assumir naquele momento”, apontou a assessora.
Assista a coletiva de imprensa de lançamento na íntegra:
50 anos do Encontro de Santarém
Este ano, completam-se os 50 anos da realização do IV Encontro da Pastoral da Amazônia, realizado em maio de 1972 em Santarém, no Seminário São Pio X. De 6 e 9 de junho, no mesmo local, ocorrerá o IV da Igreja Católica na Amazônia Legal – 50 anos do Encontro de Santarém, que reunirá os bispos das prelazias, dioceses e arquidioceses de toda a Amazônia Legal, além de sacerdotes, leigos e religiosos e religiosas, para celebrar e refletir a ação evangelizadora da Igreja na Amazônia.
Identidade Visual
Durante o lançamento, foi apresentada a identidade visual do encontro. Desenvolvida pelo artista local e leigo Diego Kayapo, a identidade visual do encontro une o contexto rural e urbano. As cores e os elementos foram inspirados na região amazônica e na logo do Sínodo para a Amazônia. Baixe (AQUI) o cartaz.
Os materiais e subsídios do IV Encontro da Igreja Católica na Amazônia Legal – 50 Anos do Encontro de Santarém (1972 – 2022) já estão disponíveis para serem baixados e/ou acessados no site da REPAM-Brasil.
Documento de Santarém
O Documento de Santarém, publicado em 1972, traz em suas linhas prioritárias a realidade amazônica com duas diretrizes básicas: a Encarnação na Realidade e a Evangelização Libertadora. Também se preocupa com a Comunidade Cristã de Base ao assegurar que a criação delas “tem que ser um dos objetivos primários da Pastoral Amazônica”. Um ponto a ressaltar no documento é quanto a Pastoral Indígena ao afirmar que, “A Igreja na Amazônia, sem favor algum, tornou-se historicamente a maior responsável pelo índio. Esta posição é simples consequência de sua presença multissecular entre os silvícolas”.
As linhas prioritárias também acrescentam sobre os “Meios de Comunicação Social”, ao garantir que é uma preocupação fundamental da Igreja “a integração dos meios de comunicação na pastoral orgânica da Amazônia, para a realização de suas linhas de ação”. O documento encerra destacando a frase dita pelo Papa Paulo VI: “Cristo aponta para a Amazônia”. Clique (AQUI) e conheça o documento.
Comunicação REPAM-Brasil
Gratidão a todos (as) que se empenharam no dia de hoje no lançamento do IV Encontro da Igreja Católica na Amazônia Legal. Obrigado a Dom Leonardo, Dom Roque, Professora Márcia e comunicadora Joelma com a Equipe de Comunicação da TV Encontro é Rádio Rural de Santarém. Dom Irineu