“Rua das Erveiras”, em Belém, mercado Ver-O-Peso. Foto: Arquivo Pessoal/Anadré Mafra

O conhecimento tradicional das plantas medicinais pode ser encontrado em várias partes da região Amazônica esses saberes são repassados de geração a geração, algumas comunidades possuem um grande conhecimento sobre essas plantas e como utilizar como matéria-prima para o tratamento de algumas doenças de forma sustentável respeitando o meio ambiente e ao mesmo tempo ajudando a população menos favorecida no acesso a medicina tradicional nos municípios. As erveiras, são figuras emblemáticas que, por meio de seus conhecimentos sobre ervas, cascas, raízes e outros elementos naturais e suas práticas ancestrais, desempenham um papel vital nas comunidades tradicionais. 

O trabalho das erveiras, predominantemente exercido por mulheres recebeu reconhecimento na Câmara Municipal de Belém, que aprovou por unanimidade um projeto de lei proposto pela Bancada Mulheres Amazônidas (PSOL), que reconhece o ofício das erveiras do Mercado do Ver-o-Peso como Patrimônio Cultural Imaterial da cidade. O reconhecimento oficial como herança cultural não é apenas uma forma de honrar essas mulheres sábias, mas também é uma tentativa de preservar e promover as práticas tradicionais de cura que elas representam.  

Para Maria Lora, presidente da Associação das Erveiras do Ver-o-Peso, é uma satisfação e alegria levar esse título para todos os erveiros do Ver-o-Peso. “Para nós que atuamos no mercado há muitos anos, eu já estou há 37 anos no setor de ervas medicinais, saber que nosso espaço vai ser formalizado como patrimônio Cultural Imaterial da nossa cidade é uma grande satisfação, que esse reconhecimento venha nos fazer nos fortalecer cada vez mais. Que seja celebrado não só pela COP30, mas seja comemorado pela vida inteira para todos, que tenhamos um lugar mais digno de trabalho com reconhecimento Nacional e Internacional”.  

Este projeto é uma das prioridades da administração municipal, visando preparar a cidade para sediar a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025, a COP 30, em novembro do mesmo ano.

A atividade das erveiras tem um passo importante na preservação e celebração da diversidade cultural e do conhecimento tradicional. É uma homenagem às mulheres sábias que mantêm viva uma parte preciosa de nossa história e identidade cultural, e um compromisso com um futuro em que essas tradições continuem a florescer e a inspirar as gerações futuras.   

 

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