Fortalecer as comunidades do distrito de Calama/RO por meio do contato, articulação das lideranças e comunidades adjacentes para envolvê-las nos debates e estudos sobre a Amazônia que se quer, através do Sínodo para a Amazônia e produzir mudas frutíferas para distribuição nas comunidades estão entre os objetivos de mais um projeto de autossustentação das comunidades amazônicas apoiado pela REPAM-Brasil.
A proposta é trabalhar no reconhecimento das comunidades ribeirinhas para futuros projetos de intervenção e formação contra o avanço do capital na região. O distrito de Calama fica localizado na foz do rio Ji-Paraná, sendo o último povoado de Rondônia no curso de descida do rio Madeira. “A proposta nasce da preocupação com o avanço da invasão dos fazendeiros e madeireiros que vem provocando desmatamentos, queimadas, avanço do agronegócio e consequentemente a expulsão das famílias ribeirinhas da região e o enfraquecimento das mesmas”, afirmou Luciomar Costa, membro da CPT e um dos organizadores do projeto.
Participam comunidades ribeirinhas e um grupo de mulheres da comunidade de Calama. A expectativa é o atendimento direto de 20 famílias e 200 pessoas de forma indireta. “Visitas para contactar lideranças das comunidades de Calama, demarcação e P.A. Rio Preto e formação e acompanhamento do grupo de mulheres de Calama” explicou Luciomar sobre as atividades realizadas no projeto. “Estamos com dificuldades para adentrar às comunidades e por motivo das Igrejas não estarem funcionando, temos dificuldades para contactar as lideranças”, compoletou.
Até o momento foram realizadas visitas para reconhecimento das comunidades e reuniões com as mulheres e atividades práticas, como oficina de biotinta. “O grupo de mulheres está sendo o destaque do projeto, estão se organizando para trabalhar com reciclagem dos resíduos sólidos que se constituem em um grande problema para a comunidade por não terem destino correto. Com isso pensam em proteger o ambiente e ao mesmo tempo pretendem comercializar os produtos aumentando, assim, a renda familiar”, partilhou Luciomar.
De acordo com a liderança do projeto, as mulheres já estão trabalhando em mutirões para fazer as pinturas das casas e da Igreja da comunidade e isso tem trazido muito entusiasmado para a comunidade. “Tendo em vista que é um projeto de formação política, esperamos que seja um despertar da comunidade na luta por direitos”, completou Costa que lembrou que o apoio da REPAM-Brasil está viabilizando o deslocamento até às comunidades e garantindo recursos para o apoio ao grupo de mulheres.