A Igreja Rumo à COP 30: articulação por Ecologia Integral e Justiça Climática realizou nesta segunda-feira (02/12) uma reunião ampliada híbrida. O encontro aconteceu na Casa Dom Luciano, em Brasília e reuniu mais de 100 pessoas representando organizações, movimentos e pastorais da Igreja com o objetivo de garantir um processo permanente de escuta, além de construir um calendário de atividades para 2025 e estruturar grupos de trabalho que irão assegurar o andamento do processo.
Pela manhã foram realizados três painéis que ajudaram os participantes a refletirem sobre a importância da igreja nos debates e preparação para a COP30. Entre os destaques a importância de se fazer uma reflexão a partir das do Pontificado do Papa Francisco, pensando-se na dignidade da natureza, hoje convertida em objeto, para o lucro de alguns poucos. Destacou-se ainda que é preciso dialogar sobre a os impactos da mineração e as falsas soluções climáticas. Em seguida fez-se um relato de experiência, desafios e lições da COP16 e COP29, em perspectivas do que vai acontecer na COP30 se não houver de fato compromisso dos governantes dos países que participam dos diálogos, principalmente daqueles que mais impactam o meio ambiente. Entre as lições aprendidas o conhecimento sobre as políticas e a agenda do governo, principalmente, no que é caro à igreja, como indígenas, refugiados climáticos, defesa dos defensores e transição energética. Outro aprendizado é relacionado ao próprio posicionamento da Igreja de forma positiva para influenciar nos debates.
Segundo Eduardo Nischespois Scorsatto, da coordenação da Igreja Rumo à COP30, a reunião foi um momento ímpar do trabalho de articulação. “Esse é o momento ímpar dentro do nosso trabalho, porque podemos reunir mais de 100 pessoas de diversas organizações da igreja e de outras igrejas cristãs para fortalecer e dar encaminhamentos no processo que estamos fazendo de preparação para a COP30, especificamente nessa reunião, nós podemos desenvolver com mais elementos do calendário de atividades de ações de movimentos que iremos realizar ao longo de 2025. São atividades de inúmeras formatos, como eventos que irão acontecer nas cinco regiões do país, oferecendo formação, subsídios e recursos para aprofundar a respeito da crise climática e dos temas emergentes que acompanham”, destacou.
Eduardo acredita ainda que é “melhor preparar as lideranças da igreja e as lideranças sociais para participar efetivamente da discussão e ter voz de peso e poder para contribuir efetivamente nas decisões da COP”.
Foram divididos grupos de trabalhos (formação, educação, incidência e comunicação) os quais vão dar andamento às atividades programas para 2025, como as pré-COPs nos regionais da CNBB, encontro de comunicadores católicos, Cúpula dos povos, romaria da Juventude, Tapiri Ecumênico e outros. Além disso, serão preparados materiais educativos para serem distribuídos nas comunidades, a fim de preparar as lideranças para incidir nos debates da COP30.