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O evento realizado pelo Ministério das Relações Exteriores é preparatório à Cúpula da Amazônia

A ecóloga e cientista paraense, Ima Célia Vieira, assessora da Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM-Brasil), destacou a participação em espaços de tomada de decisão e a liderança das mulheres na defesa e proteção da Amazônia ao participar, nesta terça-feira (17), em Brasília, do painel “os desafios e as contribuições dos guardiões da biodiversidade na Amazônia”.

“As mulheres impulsionam e têm impulsionado a construção das políticas de inclusão social na Amazônia. Elas têm um papel fundamental na defesa de suas vidas, corpos e territórios. Quero ressaltar aqui que a Amazônia depende das defensoras das florestas”, afirmou a ecóloga.

A sessão integrou a programação do segundo dia do seminário para o desenvolvimento sustentável da Amazônia. O evento é promovido pelo Ministério das Relações Exteriores e a Fundação Alexandre de Gusmão e tem como objetivo construir a posição brasileira para a Cúpula da Amazônia, que acontece em agosto, em Belém (PA).

Ima Vieira também chamou atenção para os desafios enfrentados pelos povos indígenas na cidade. “As mulheres estão nas cidades! A maior parte das chefes de famílias na Amazônia são mulheres. Mais de 46% dos povos indígenas do Brasil vivem nas cidades e as discussões sobre territorialidade e o direito à cidade como lugar de pertencimento e identidade também é um desafio. Então, as mulheres que vivem nas cidades da Amazônia têm reafirmado que o espaço urbano também e território indígena que precisa ser respeitado e defendido”, explicou a cientista paraense.

A assessora da REPAM Brasil lembrou ainda que a conservação da floresta amazônica é essencial para combater a crise climática e apontou a grilagem de terras como base dos principais problemas da Amazônia. “É toda uma cadeia criminosa, que inclui invasão de terras, extração ilegal de madeira, garimpo, desmatamento em áreas protegidas. É uma situação muito séria e que precisa ser discutida com profundidade”, destacou.

Além da assessora, participaram do debate outros cinco especialistas no tema. Eunice Kerexu, secretária de Direitos Ambientais e Territoriais Indígenas (MPI), Célia Xakriabá, deputada e presidente da Comissão da Amazônia e dos Povos Originários, na Câmara dos Deputados, Cristiane Julião, cofundadora da Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (ANMIGA) e coordenadora da Câmara Setorial das Guardiãs e Guardiões da Biodiversidade do CGEN, Dione Torquato, secretário-Geral do Conselho Nacional das Populações Extrativistas, Maria Eunice Figueiredo Guedes e João Pedro Galvão Ramalho, do Foro Social Pan-Amazônico.

O painel abordou as contribuições dos povos indígenas e os povos e comunidades tradicionais na conservação da biodiversidade da Amazônia, os saberes ancestrais dos povos, participação social e o papel das mulheres na defesa do território.

Comunicação REPAM-Brasil 

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