“Nós índios Guajajara precisamos sim da Igreja Católica retornar o mais rápido possível dentro de nossas terras trazendo projetos, trazendo a Palavra de Deus, construindo Igrejas”. Este foi o pedido do cacique Tomaz da Silva Guajajara, da aldeia Tarumã e Juçarau, na terra indígena Arariboia, no município de Amarante/MA. A equipe da Rede Eclesial Pan-Amazônica/REPAM-Brasil esteve com as comunidades indígenas nos dias 3 e 4 de novembro para um encontro de escuta em vista do Sínodo para a Amazônia.
Além da invasão de madeireiros, o cacique denunciou que outras igrejas chegam ao local e inibem as tradições culturais que a tribo carrega na sua história. “E a Igreja católica nunca se importou [incomodou] com nossa cultura, nos aceita do jeito que nós somos. Por isso que nós queremos ela de volta, mas para trazer coisas boas, como acompanhamento, para as crianças e os adultos serem catequizados para que no futuro, a gente possa ter até padre [indígena]”, manifestou.
Durante a escuta, também foram manifestadas preocupações com a casa comum. Os índios guajajara pediram auxílio da Igreja para não deixar “as coisas que Deus fez acabarem”. Também falaram das ameaças sofridas e ressaltaram a dedicação do papa Francisco ao preocupar-se com a região Amazônica.
Juventude
Himaíra é parteira indígena e preocupa-se com a juventude. O pedido é que a presença eclesial seja de incentivo aos jovens, que são o futuro: “Queria que incentivasse a participarem de reuniões, fazer um pequeno projeto com os jovens, porque está tendo muita droga, muita bebida alcóolica, esta é a minha preocupação como vó, como mãe”, relatou.
Na diocese de Imperatriz/MA, à qual pertencem as comunidades de Amarante, há a preparação da Pastoral Indigenista, que deve dar mais atenção à realidade indígena, em sintonia com o Sínodo, que busca para a Amazônia “novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral”.