A realidade das comunidades martirizadas pela mineração e o acompanhamento pastoral das Igrejas a esses contextos será tema da live que acontecerá na próxima sexta-feira (26) às 19h30. Na ocasião, a Comissão Especial para Ecologia Integral e Mineração (CEEM) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) apresentará o Atlas Igrejas em Cuidado da Casa Comum, uma iniciativa da comissão e da Rede Igrejas e Mineração. O atlas é resultado de uma colaboração das organizações com o Comitê Nacional e m Defesa dos Territórios frente à Mineração que realiza anualmente o mapeio dos contextos que sofrem com violações de direitos humanos pelas economias extrativistas. A transmissão será realizada pelas redes sociais oficiais da CNBB.
O evento online contará com a presença de dom Vicente Ferreira, bispo da diocese de Livramento (BA) e secretário da CEEM; Dom Francisco Cota, bispo da diocese de Diocese de Sete Lagoas (MG); Irmã Maria Sueli Berlanga, da Congregação das Irmãs Pastorinhas que acompanha realidades de mineração no Vale do Ribeira (PR); Flávia Silva, liderança da comunidade de Piquiá de Baixo, Açailândia (MA); e Luiz Jardim, do Comitê Nacional em Defesa dos Territórios Frente à Mineração.
Os dados a serem apresentados dimensionam a quantidade de violações de direitos causadas pela mineração no Brasil, os principais grupos afetados por essa modalidade de economia extrativista, os tipos de conflitos causados pela mineração e o recorte geográfico das ocorrências. Conforme aponta o Relatório dos Conflitos da Mineração 2021, foram contabilizados 644 casos e 840 ocorrências de conflito, envolvendo ao menos 762.246 pessoas, isto é, ao menos duas ocorrências por dia. Os conflitos em relação a “Terra” e “Água” foram os que mais se destacaram, com 489 (58,2%) e 256 (30,5%) ocorrências, respectivamente. Nesse período, ao menos 54.550 indígenas estavam envolvidos em conflitos causados pela mineração, sendo em 51,4% das situações com garimpeiros. Os quilombolas sofreram em 22 conflitos e 26 ocorrências, englobando ao menos 13.603 pessoas. Pescadores e ribeirinhos compõem um grupo que soma 65 ocorrências, abrangendo 16.161 pessoas.
O Atlas Igrejas em Cuidado da Casa Comum realizou em 2023, a partir dos respectivos dados, um processo de consulta e diálogo com os regionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil ao apresentar a sistematização das violações de direitos humanos e ambientais causadas pela mineração no país. Dos conflitos identificados se contabilizou um total de 318 conflitos com acompanhamento direto por entidades eclesiais, desde paróquias, pastorais sociais, organismos da CNBB e congregações religiosas.
A iniciativa do Atlas permanece em comunhão com a preocupação levantada pelo Conselho Episcopal Latino Americano (CELAM) que ressalta na Carta Pastoral “Discípulos Missionários: Cuidadores da Casa Comum” as questões extrativistas como ponto de maior preocupação pastoral no tema da Ecologia Integral, especificamente às referidas à mineração. “Por extrativismo entendemos uma tendência desenfreada do sistema econômico de converter os bens da natureza em capital”, define o documento (11). A definição proposta pelos pastores bispos denuncia a voracidade de um projeto que atribui à Casa Comum um status de exploração e consumo, impulsionado “pelo desejo de gerar riqueza material, onde os meios de subsistência de povos inteiros e a deterioração de ecossistemas valiosos são sacrificados”.
O que: Live de Lançamento do “Atlas Igrejas em Cuidado da Casa Comum”
Quando: Sexta-feira (26 de abril) às 19h30 horário de Brasília
Onde: Facebook e YouTube da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB)
Contato para mais informações:
Osnilda Lima – Assessora da Comissão Episcopal para a Comunicação Social (CNBB)
Whatsapp: +55 61 98366-1235
Guilherme Cavalli – Rede Igrejas e Mineração
E-mail: guilhecavalli@gmail.com
Whatsapp: +49 172 8546977