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Operação da hidrelétrica têm causado grandes prejuízos a populações tradicionais do município de Porto Grande (AP)

Por Roberta Brandão / MAB

Vídeos registrados na última terça-feira (9) no Rio Araguari, em Porto Grande (AP), mostram cardumes de várias espécies de peixes mortos às suas margens. O fato tem causado grande preocupação dos moradores locais. De acordo com os relatos, a morte dos peixes aconteceu após o nível da água baixar rapidamente por conta da operação da barragem da Hidrelétrica Cachoeira Caldeirão.

O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) protocolou denúncias junto ao Ministério Público Federal (MPF) e ao Ministério Público do Amapá (MP-AP) relacionando a seca do rio ao aumento de vazão na hidrelétrica, uma das três instaladas no Rio Araguari, nas proximidades da comunidade de Sapo Seco. O Rio Araguari é um dos mais importantes do Amapá, com aproximadamente 300 quilômetros de extensão e tem sua nascente no Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque e sua foz no Oceano Atlântico.

“Esta comunidade do Sapo Seco, que fica no Médio Araguari, tinha sua vida tranquila antes da construção da Hidrelétrica Cachoeira Caldeirão. Após a instalação do empreendimento, porém, esses atingidos perdem as suas plantações devido às operações irregulares da hidrelétrica, que causam cheias e secas fora do normal”, explica Moroni Guimarães, integrante da coordenação do MAB.

No documento entregue ao Ministério Público, o MAB afirma que a mortandade de peixes nesse percurso se tornou uma constante desde o barramento do Rio Araguari pelo empreendimento Hidrelétrico, causando grande prejuízo à população tradicional, que inclui pescadores e ribeirinhos, cujo sustento depende diretamente do rio.

Entre as espécies encontradas mortas, estão a branquinha, cachorro de padre, sarda, cará, traíra, piaba, entre outras. Diante da situação, os moradores se mobilizaram para salvar os peixes que ainda estavam vivos, utilizando baldes e bacias para transportá-los para locais mais fundos do rio.

 

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