Com uma presença mais marcante do Papa Francisco, teve inicio na manhã dessa segunda-feira, 14, a segunda semana do Sínodo para a Amazônia. Foram realizadas mais duas congregações, ou seja, duas sessões de trabalho, uma pela manhã e outra à tarde. Padres sinodais e auditores puderam partilhar sobre suas experiências e contribuir com reflexões sobre a realidade da Amazônia.
O Papa Francisco retomou a fala sobre os últimos acontecimentos no Equador e pediu que todos estejam em sintonia com aquela região da Pan-Amazônia. Temas como luta por direitos humanos, combate à corrupção e impacto dos grandes projetos voltaram à pauta da Assembleia Sinodal. Também tiveram destaque nas falas do dia de hoje os desafios dos novos ministérios. De acordo com os porta vozes do Vaticano, por diversas vezes se falou na necessidade da releitura dos ministérios, da necessidade de se ir adiante na reflexão de uma liturgia mais inculturada. O tema dos viri probati, da possibilidade de ordenação de homens casados, também foi bastante discutida no dia de hoje.
De acordo com Dom Carlo Verzeletti, bispo de Castanhal (PA), a ordenação de homens casados pode facilitar o acesso a Eucaristia ás comunidades. O bispo observa que o tema dos novos ministérios tem crescido no Sínodo.
“Esta questão dos novos ministérios é uma questão que está empolgando todo mundo. Tem posições mais avançadas, menos avançadas, mas eu creio que o Espírito está falando e que as coisas não vão ficar do jeito que estão, mas poderíamos querer tudo e não conseguir nada, é um processo”, situou.
Durante entrevista coletiva, dom Carlo ressaltou que estes novos sacerdotes não seriam “de segunda classe”, mas “pessoas preparadas que têm uma vida exemplar” e que poderiam fazer um trabalho extraordinário. Inclusive, o bispo que possui mais de mil aldeias em sua diocese afirmou que já saberia quem indicar.
Dom Benedito Araujo, bispo de Guajará-Mirim (RO), avalia a primeira semana como muito positiva e diz que sua experiência tem muito significativa. Ele caracterizou esta primeira etapa de trabalhos como edificante e ressaltou a “dinâmica centrada na partilha, na escuta e, sobretudo, na continuidade de aprofundamento dos temas do Instrumento de Trabalho, uma experiencia muito serena de partilha, respeito e profundidade”.
Dom Benedito ainda conclamou a todos a continuarem unidos na oração, na intercessão para que, “à luz do Espírito, possamos deslumbrar novos caminhos para a Igreja que está na Pan-Amazônia”.