De 16 a 18 de julho de 2019, realizou-se em Brasília, numa iniciativa conjunta que reuniu o CESEEP, o Curso de pós-graduação de Missiologia da Faculdade de Teologia da PUC-PR e a REPAM, um seminário de preparação para o Sínodo Pan amazônico.
Estiveram presentes 25 bispos da região amazônica do Brasil, mas também do Equador e da Colômbia. Reuniram-se com um grupo de biblistas, teólogas e teólogos, antropólogos/as, pastoralistas, agentes de pastoral e um pastor da IECLB (Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil).
Dentre as muitas propostas para se aprofundar elementos do Instrumentum Laboris[1] (Documento de Trabalho) do Sínodo e de se adiantar a elaboração de intervenções dos temas mais relevantes, a partir da experiência e das urgências pastorais dos participantes, duas receberam um encaminhamento mais direto:
– A de se levantar em Roma, uma Tenda dos Mártires, onde se pudesse resgatar e celebrar, a cada dia, a memória dos mártires nos nove países da região amazônica;
– A de se assumir um compromisso eclesial semelhante ao Pacto das Catacumbas firmado por um grupo de padres conciliares ao final do Concílio Vaticano II, no dia 16 de novembro de 1965, nas Catacumbas de Santa Domitila em Roma[2].
Confira o texto completo do Pacto das Catacumbas pela Casa Comum
A Rede Celebra encarregou-se de elaborar um rol dos mártires da região amazônica, de conseguir um breve relato de suas vidas e martírio, uma foto dos mesmos e de elaborar um roteiro de celebração, com os salmos, leituras, cânticos e preces. A Verbo Filmes aceitou o encargo de produzir os cadernos do Ofício, que foram celebrados a cada dia, pela manhã e pela tarde, na Igreja de Santa Maria in Traspontina que acolheu a Tenda: Amazônia nossa Casa Comum[3]. As duas primeiras capelas laterais do lado direito da Igreja foram dedicadas à memória dos Mártires da região amazônica. Numa delas foi também colocada a efígie de Mons. Oscar Arnulfo Romero, santo mártir da América Latina, como o chamou Dom Pedro Casaldáliga, desde o dia do seu assassinato (24-03-1980).
A proposta do Pacto foi sendo tecida e construída a muitas mãos nos meses que antecederam o Sínodo e ganhou corpo durante as duas primeiras semanas de sua realização em Roma. Diante dos nossos desafios ecológicos, sociais e eclesiais foi-lhe dado o nome de Pacto das Catacumbas pela Casa Comum: Por uma Igreja com rosto amazônico, pobre e servidora, profética e samaritana.
Foi decidida a celebração de uma missa no mesmo local do primeiro Pacto, as Catacumbas de Santa Domitila, na manhã do dia 20 de outubro, o dia universal das missões.
Foi presidida pelo Cardeal Dom Cláudio Hummes, o relator geral do Sínodo e presidente da REPAM, pelo Cardeal Dom Pedro Ricardo Barreto Jimeno SJ, arcebispo de Huancayo no Peru, um dos três presidentes delegados da Assembleia Sinodal, por Dom Erwin Kräutler, ex-presidente do CIMI e bispo emérito da Prelazia, hoje diocese do Xingu PA e concelebrada por outros 47 bispos do Brasil, Colômbia, Venezuela, Equador, Bolívia, Peru, Guiana Francesa, Argentina.
À diferença do primeiro Pacto, 148 leigos e leigas, religiosas e religiosos, sacerdotes diocesanos, diáconos e dois delegados fraternos, um da IECLB e outro da Assembleia de Deus, assinaram também o Pacto.
Aos que se interessarem assinar o Pacto em algum encontro ou atividade, basta baixar formulário de assinaturas e alterar os campos destacados. Após as assinaturas, encaminhar para a REPAM-Brasil para arquivamento: repambrasil@repam.org.br
[1] Instrumentum Laboris. Sínodo dos Bispos – Assembleia especial para a região Pan-amazônica. Amazônia: novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral. Roma: Libreria Editrice Vaticana, 2019
[2] BEOZZO, José Oscar, O Pacto das Catacumbas. São Paulo: Paulinas, 2015, 2019 3ª. ed.
[3] BORGES, Laudimiro et alii, Ofício dos Mártires da Caminhada – Amazônia: novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral. São Paulo: Verbo Divino, REPAM