Teve início na noite dessa sexta-feira (30), em Porto Velho/RO, a roda de conversa com os povos do regional Noroeste da CNBB para escuta do Sínodo para a Amazônia. Participam do encontro cerca de 70 pessoas, representantes de grupos e movimentos dos povos da região: indígenas, quilombolas, ribeirinhos, seringueiros, movimento atingidos por barragens, movimento dos trabalhadores sem Terra, movimento dos pequenos agricultores, juventudes, mulheres marginalizadas, mulheres afrodescendentes, CIMI e CPT.
Na abertura do encontro, durante a acolhida e apresentação, os participantes falaram de suas principais pautas e lutas vividas nos últimos anos. Conflitos de terra e a luta pela garantia do território foram as principais pautas levantadas pelos movimentos. O grupo representa a diversidade de mobilizações presentes no regional Noroeste e as diversas frentes de atuação dos movimentos.
Para Maria Petronila Neto, da Comissão Pastoral da Terra/CPT, uma das organizadoras da atividade, o grupo é bastante diverso, o que pode contribuir para uma escuta bem plural. “O objetivo principal desse encontro, como escutatória do sínodo para a Amazônia, é justamente unir todos os povos aí para criar espaço para que os povos possam falar de si, nessa expectativa do sínodo para a Amazônia, nesses novos caminhos para a evangelização, enfim, o que esses povos esperam da Igreja aqui da Amazônia”, completou Petronila.
Dom Roque Paloschi, arcebispo de Porto Velho e secretário da REPAM-Brasil, o encontro tem origem na necessidade de conjugar a esperança e os sonho dos pobres atingidos pela ganância da destruição da casa comum, seja dos grandes projetos, seja também pelo avanço do agronegócio, seja pela mineração, seja pela ocupação das terras, a violência contra os povos indígenas, sem-terra, a violência contra as mulheres marginalizadas. “A Igreja de Porto velho pensou em reunir essas pessoas, essas entidades, e juntos, com todos esses rostos, realizar esses dias de diálogos, de escuta e de partilha, onde não queremos apenas responder às perguntas que o documento do Sínodo nos oferece, mas acalentar os sonhos, as esperanças e a certeza de que temos uma grande responsabilidade nessa hora, em relação à Amazônia”, destacou Dom Roque.
A roda de conversas segue até domingo (02) no Centro de Formação da Arquidiocese de Porto Velho e conta com a presença de representantes da Arquidiocese de Porto Velho e das dioceses de Ji-Paraná, Humaitá e Guajará Mirim.