O presidente e o vice-presidente da Rede Eclesial Pan-Amazônica/REPAM, cardeais Cláudio Hummes e Pedro Barreto, participaram do encontro de governadores da Amazônia, realizado nesta segunda-feira, 28, na Casina Pio IV, em Roma. O evento teve como tema “Caminhos e Compromissos para o Desenvolvimento Sustentável na Amazônia” e foi promovido pela Pontifícia Academia das Ciências, pelo Consórcio de Governadores da Amazônia Brasileira e pela Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável da Amazônia.
De acordo com informações do Vatican News, a cúpula foi uma oportunidade para examinar a mensagem da Encíclica Laudato si do Papa Francisco e os resultados do Sínodo sobre a Amazônia, encerrado ontem. O objetivo desta reunião foi também dar aos governadores a oportunidade de apresentar seus compromissos com o desenvolvimento sustentável na Amazônia.
Dom Cláudio Hummes fez a abertura da cúpula que teve a presença de governadores da Amazônia brasileira e dos demais países compreendidos pelo bioma Amazônico. Também participaram pesquisadores, representantes da sociedade civil e dos poderes legislativo e judiciário da região. O prefeito do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, cardeal Peter Turkson, acompanhou o evento.
O governador do Amapá e Presidente do Consórcio Interestadual para o Desenvolvimento Sustentável da Amazônia Legal, Antônio Waldez Góes, afirmou que a realidade da Amazônia “ainda é carente de um modelo que respeite a bioeconomia, a sustentabilidade, que associe desenvolvimento e geração de oportunidade com responsabilidade ambiental”.
O secretário de Assuntos de Soberania e Cidadania do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Fábio Mendes Marzano, falou sobre o documento final do Sínodo e analisou a realidade da Amazônia citando a fala de abertura do cardeal Cláudio Hummes.
“Nós vemos a Amazônia como uma dádiva de Deus, como disse o cardeal Hummes, mas, infelizmente, ainda muito subdesenvolvida. Uma população de mais de 20 milhões de cidadãos brasileiros que querem ter a oportunidade de se desenvolver, de crescer. Então nós acreditamos que a solução, como disse também o cardeal Hummes, é usar a tecnologia que existe, os meios disponíveis junto com a população amazônica aproveitando de maneira sustentável os recursos magníficos que existem na região para melhorar as condições de vida de todas essas populações”.
De acordo com o presidente do Consórcio, o governador Waldez Góes, o trabalho do grupo deve assegurar a legalidade e a estabilidade na ocupação de áreas liberadas para atividades econômicas de baixo carbono, bem como a manutenção daquelas destinadas a qualquer tipo de proteção ambiental. “Estamos comprometidos com os direitos de nossas populações tradicionais, nossos indígenas, ribeirinhos, caboclos, extrativistas e quilombolas, articulando o desenvolvimento de uma economia verde que gere oportunidades de emprego e renda para nossa gente”, ressaltou.