Fortalecimento das comunidades tradicionais, ampliação de recursos advindos da agricultura familiar, incentivo de alimentação saudável e partilha entre as comunidades estão entre os objetivos dos mais de 20 projetos iniciado em agosto com o apoio da Rede Eclesial Pan-Amazônica/REPAM-Brasil. O foco das ações que contam com a parceria da Rede está na autossustentabilidade das comunidades nos territórios da Amazônia.

Depois de um grande movimento de ajuda financeira para as dioceses e prelazias para o atendimento emergencial das comunidades, a REPAM-Brasil neste segundo semestre reorienta sua articulação e apoio aos territórios. Entendendo que as comunidades precisam se reestruturar nesse tempo de retomada das ações nos territórios, ainda com toda o cuidado e orientações para manutenção da saúde e prevenção ao contágio da COVID-19, a Rede tem acompanhado e buscado atender às demandas vindas das pequenas comunidades, sempre com a chancela do bispo local.

“É uma segunda fase que se inicia de apoio da REPAM, mas respeitando a identidade e a realidade de cada território. O respaldo do bispo da diocese ou prelazia é essencial para a aprovação do projeto”, explicou Arlete Gomes, analista de projetos da REPAM-Brasil. “O primeiro movimento que fizemos foi de contribuir para que as comunidades não ficassem desassistidas, por isso uma série de financiadores nos apoiaram nas ações emergenciais. Agora, porém, precisamos ajudar para que a comunidades possam se reorganizar na perspectiva da autossustentação”, completou Arlete.

A missão da REPAM é “potencializar, de maneira articulada, a ação que realiza a Igreja no território Pan-Amazônico, atualizando e concretizando opções apostólicas conjuntas, integrais e multiescalres, no quadro da doutrina e das orientações da Igreja”. Direitos humanos, justiça socioamebiental, comunicação, formação, comunidades tradicionais e Igreja de Fronteiras são eixos de atuação da REPAM para viabilizar sua missão. Os projetos por ora apoiados estão em sintonia com eles, porém, numa perspectiva diferente, não pastoral, mas de sustentabilidade dos territórios.

“A atuação da REPAM-Brasil segue uma perspectiva pastoral, mas também com vistas à proteção e à promoção da vida na região. Por isso, esse momento exige que, para a articulação e fortalecimento eclesial, agora, precisamos contribuir para que as pessoas no território tenham vida digna”, afirmou Ir. Maria Irene Lopes, secretaria executiva da Rede ao comentar os apoios realizadas aos projetos. E completou dizendo que “não é uma ação assistencialista, mas de empoderamento das comunidades. Queremos que as pessoas no território tenham condições de se rearticular, tecer redes e cuidar uns dos outros.”

 

Mulheres extrativistas

Na diocese de Coroatá, por exemplo, a REPAM-Brasil vem apoiando o projeto “Mulheres extrativistas em defesa da Pan-Amazônia”. O objetivo é fortalecer as mulheres no seu processo de organização comunitária, do cuidado com a ecologia, com as plantas medicinais, quintais verdes, hortas ecológicas e extrativismo, na perspectiva de melhoria das condições de vida, produzindo e organizando feira livres no município. Outra linha do projeto auxilia na construção de uma casa de farinha para viabilizar a autossustentação das famílias de algumas comunidades. O projeto já vem rendendo frutos e contibuindo com as comunidades locais. Confira alguns depoimentos:

 

 

 

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