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O protagonismo feminino, a presença das mulheres em espaços de decisão, é um dos grandes debates na sociedade e na Igreja católica. Em todos os níveis de Igreja, vão se dando passos que devem ajudar a assumir uma prática que não deveria regredir, que deveria fazer parte da vida da Igreja católica para sempre.

O Papa Francisco tem ajudado a avançar nesse caminho com sua reflexão, mas também com suas decisões, colocando mulheres em cargos ocupados tradicionalmente por ministros ordenados. Até pouco tempo atrás era impensável que uma mulher fosse nomeada prefeita de um dicastério da Cúria ou governadora do Estado Vaticano, algo que tem se concretizado nos últimos messes.

Essa realidade está ajudando a dar passos nos diversos níveis que fazem parte da estrutura organizativa da Igreja católica. Na Igreja da Amazônia, o protagonismo feminino é algo que faz parte da vida das comunidades, áreas missionárias, paróquias, pastorais, movimentos e organismos. As mulheres assumem o comando das comunidades, inclusive de áreas missionárias e paróquias, mas também de espaços de maior responsabilidade.

A coordenação de Pastoral, um espaço de grande relevância na vida das igrejas locais, conta cada vez mais com rostos femininos. No Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, que compreende nove igrejas locais dos estados de Amazonas e Roraima, as mulheres assumem esse serviço em cinco dessas igrejas. Junto com isso, a secretaria executiva do Regional e a articulação das Pastorais Sociais em nível regional é um serviço assumido por mulheres.

Na Igreja católica a vida pastoral, os processos de evangelização, a missão, podem ser considerados elementos decisivos. A presença das mulheres nesses espaços é um claro exemplo do avanço que as igrejas do Regional Norte 1 tem feito na concretude da sinodalidade, um modo de ser Igreja que nos leva a caminhar juntos, assumindo a diversidade como um elemento que enriquece a missionariedade da Igreja.

O encontro de coordenadores e coordenadoras de Pastoral do Regional Norte 1 realizado em Manaus nos dias 18 e 19 de fevereiro de 2025 é uma mostra disso. O modo de realizar os trabalhos, o fato de ser um espaço marcado pela liberdade para cada um, cada uma, expressar sua opinião na hora de construir o caminho coletivo, nos faz ver que isso vai se assumindo como algo que sempre deveria fazer parte da vida da Igreja. O desafio é que essa dinâmica possa se sedimentar para evitar uma volta atrás, algo que infelizmente algumas pessoas, inclusive algumas mulheres, demandam.

Se faz necessário continuar avançando, concretizando, dando passos, para fazer visível uma Igreja com diversidade de rostos, uma Igreja que conta com todos e todas. Uma Igreja que escuta a diversidade de vozes em vista de uma maior e melhor evangelização, sendo também testemunho para uma sociedade que continua relegando as mulheres.

Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1 – Editorial Rádio Rio Mar

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