A Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM-Brasil) reuniu-se com o Ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, para discutir a grave situação socioambiental da Amazônia e alinhar estratégias em defesa dos povos amazônicos e de seus territórios. Estiveram presentes no encontro Dom Evaristo Spengler, presidente da REPAM-Brasil; Dom Pedro Brito, vice-presidente; Dom Ionilton Lisboa, secretário; Irmã Irene Lopes, secretária executiva; e Melillo Dinis, assessor da organização.
Durante a reunião, foi enfatizada a continuidade da metodologia dos “Cadernos de Respostas”, intitulada “A escuta aos povos amazônicos”, consolidada em 2024 pela Secretaria-Geral da Presidência da República (SGPR) e devolvida aos povos e territórios. Essa iniciativa visa fortalecer o diálogo entre as comunidades locais e o governo federal, garantindo que as vozes dos povos amazônicos sejam ouvidas e consideradas na formulação de políticas públicas.
Diante da proximidade da Campanha da Fraternidade de 2025, que aborda o tema “Fraternidade e Ecologia Integral”, e da realização da COP 30 na Amazônia em novembro de 2025, a REPAM-Brasil ressaltou a necessidade de tratar dos objetivos governamentais relacionados à região e das relações institucionais a partir da perspectiva amazônica.
Entre as principais reivindicações apresentadas ao ministro Waldez Góes, destacam-se:
• Projetos emergenciais: Implementação de programas de políticas públicas voltados para as populações urbanas da Amazônia, incluindo assistência de qualidade urbana, habitação, apoio às periferias das cidades, sustentabilidade e segurança.
• Novo PAC para a Amazônia: Assegurar que os impactos do novo Programa de Aceleração do Crescimento sejam submetidos ao diálogo com os territórios e povos locais.
• Reconhecimento da sociobioeconomia: Valorização, por meio de projetos e financiamentos públicos, das práticas econômicas sustentáveis dos povos amazônicos.
• Indenizações e compensações: Exigir o efetivo e justo pagamento às comunidades afetadas por grandes empreendimentos, evitando os constantes adiamentos por parte das empresas concessionárias do poder público.
• Ações emergenciais nas comunidades urbanas: Implementação de medidas imediatas para atender às necessidades das populações das cidades amazônicas.
• Acesso a programas de saneamento: Facilitar o acesso a iniciativas de saneamento básico na Amazônia, realizadas em diálogo com as comunidades e povos da região.
• Programas de coleta de águas pluviais: Desenvolvimento de iniciativas que promovam a captação e utilização sustentável da água da chuva.
• Educação ambiental: Garantir que as ações do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional incluam a conscientização e formação ambiental.

A REPAM-Brasil reafirma sua disposição em manter parcerias e buscar os melhores meios para atender a essas demandas, visando soluções emergenciais com impacto duradouro, especialmente considerando o número de assentamentos presentes na região.
A organização permanece comprometida na construção de redes de cooperação para a proteção dos territórios amazônicos e na promoção da justiça socioambiental, alinhando-se às necessidades e aspirações dos povos da Amazônia.