“Precisamos preparar os delegados e aqueles que vão fazer a escolta dos defensores, e que a segurança pública realmente possa intimidar lá na porta as pessoas que têm poder econômico e que muitas vezes estão ameaçando os trabalhadores”, afirmou o Padre José Boeing, em audiência pública realizada nesta quarta-feira, 6 de outubro, pela Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara dos Deputados para debater conflitos agrários e a proteção de defensores de direitos humanos no Pará.
Pe. Boeing conta são mais de 80 defensores no Pará que hoje precisam de proteção e ressalta que “proteger somente não é suficiente se não preparar como essas pessoas poderão atuar no seu campo e no seu território sem que eles saiam”.
Proposta pela Presidência da CDHM, deputado federal Carlos Veras (PT-PE) e da deputada Vivi Reis (PSOL-PA), a audiência discutiu atos violentos e ameaças de morte praticados por grileiros, madeireiros e garimpeiros contra assentados, posseiros e trabalhadores rurais sem-terra dos municípios de Anapu, Altamira, Novo Progresso e distrito de Castelo dos Sonhos.
Participou pela Rede Eclesial Pan-Amazônica – REPAM-Brasil, o membro do eixo de Direitos Humanos e representante da Campanha A Vida por Um Fio, Pe. José Boeing.
Além da REPAM-Brasil, estiveram na audiência, representantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Organização Sindical da Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (CONTAG), do Movimento Xingu Vivo, Conselho Indigenista Missionário (CIMI), Comissão Pastoral da Terra (CPT), Coordenadoria de Proteção às Vítimas/Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos, Promotoria de Justiça Agrária na Região de Altamira, Coordenação do Núcleo de Questões Agrárias e Fundiárias do Ministério Público do Pará, Promotoria de Justiça Agrária na Região de Marabá/PA, Defensorias Públicas Agrárias do Pará, Polícia Civil Especializada em Conflitos Agrários de Altamira, de Marabá e de Santarém, Ouvidoria Agrária do Tribunal de Justiça do Pará, Comissão Brasileira de Justiça e Paz, Procuradoria da República em Marabá/PA, Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Câmara de Conciliação Agrária do Instituto de Colonização.
Assista a audiência:
A Vida por Um Fio
“A Vida por um Fio” é uma campanha de autoproteção das comunidades e lideranças ameaçadas em seus territórios, no Brasil. Seus promotores são: Caretas Brasileira; Comissão Episcopal para a Amazônia e Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Sociotransformadora da CNBB; Comissão Brasileira Justiça e Paz (CBJP); Comissão Pastoral da Terra (CPT); Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB); Conselho Indigenista Missionário (CIMI); CONTAG – Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares; Escola Nacional de Fé e Política (CEFEP); Instituto Agostin Castejon (IAC); Observatório Nacional de Justiça Socioambiental Luciano Mendes de Almeida (OLMA); Pastoral Carcerária Nacional; REPAM Brasil; Centro Popular de Formação Vida e Juventude; Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH); Sociedade Maranhense de Direitos Humanos (SMDH), Vivat International.