A Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM-Brasil) participou, na tarde de ontem (30/07), no Auditório Wladimir Murtinho Palácio Itamaraty, em Brasília (DF), do Lançamento das Plenárias Presenciais do Plano Clima Participativo, etapa para a elaboração do plano que norteará a política climática do país até 2035.
A mesa de abertura contou com a participação do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo, da ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, e da ministra das Mulheres, Cida Gonçalves.
“Nós temos esse desafio de preparar um Plano Clima Participativo, com a dimensão que isso tem hoje no mundo e no país, construir a várias mãos. As mãos do governo e as mãos do povo”, disse o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo. O Plano Clima Participativo, construído pela Secretaria-Geral da Presidência e pelos ministérios do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), é um instrumento de participação social para o Plano Clima.
A elaboração do Plano Clima é conduzida pelo Comitê Interministerial sobre Mudança do Clima (CIM), integrado por representantes de 22 ministérios, pela Rede Clima e pelo Fórum Brasileiro de Mudança do Clima. Além dos encontros presenciais, o plano será elaborado por meio da plataforma Brasil Participativo, que contribui para a participação de mais pessoas em qualquer localidade. O intuito é garantir que o plano reflita as necessidades e aspirações da sociedade brasileira.
A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, enfatizou o peso da participação ativa da sociedade na formulação e implementação das políticas públicas. “O participativo é aquele em que você tem capacidade de influenciar, ajudar na formulação e na implementação. Caberá ao Governo também ajudar a dar o correto reconhecimento”, afirmou a ministra.
Marina Silva também ressaltou a importância do Plano Clima como ferramenta fundamental para as ações de mitigação das mudanças climáticas em diversos setores do Brasil. Marina destacou que o país inovou ao estabelecer metas setoriais para reduzir as emissões de Gases de Efeito Estufa e que, agora, todos os países em desenvolvimento também possuem essas metas obrigatórias.
“Nós queremos chegar na COP 29 com NDCs (Contribuição Nacionalmente Determinada) que sejam suficientemente comprometidas e ambiciosas para liderar pelo exemplo. Liderar pelo exemplo significa não só ter no papel NDCs ambiciosas, mas ter demonstração de que na prática a gente está perseguindo o atingimento dessa meta”, pontuou a ministra.
A articuladora da REPAM-Brasil, Dorismeire Vasconcelos, que acompanhou o lançamento das plenárias, chamou atenção para a importância do engajamento de toda a sociedade no envio e na escolha das propostas.
Plano Clima
O Plano Clima guiará a política climática brasileira até 2035 e tem dois pilares principais: a redução das emissões de gases de efeito estufa e a adaptação de cidades e ambientes naturais às mudanças do clima. No contexto global, o material será usado como base para definir a nova meta de redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE) do Brasil, conforme os compromissos assumidos no Acordo de Paris.
Atualmente, o Brasil se comprometeu a reduzir suas emissões em 48% até 2025 e em 53% até 2030, comparado aos níveis de referência, o que equivale a uma redução de 1,32 gigatonelada e 1,2 gigatonelada de gás carbônico equivalente, respectivamente.
A nova meta está sendo desenvolvida para 2035 e será apresentada antes da 30ª Conferência do Clima da ONU (COP-30), em 2025, que acontecerá em Belém (PA). O objetivo dessa nova meta é atingir emissões líquidas zero até 2050.
As plenárias do Plano Clima Participativo ocorrem de 30 de julho até 15 de agosto. Serão sete plenárias por bioma. Saiba mais AQUI